terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um jeito, um retrato

  Limpa, limpa, limpa e nada... Meu Deus, essa sujeira parece não acabar nunca! Limpa, limpa, vai limpando e então, uma imagem. Paulinha, menina doce tão doce, que mesmo com os olhos pequenos e inchados de tanto chorar, sorri, mostra a língua para fazer graça e atender um pedido de mau merecedor de mostrar que está feliz!
  Pobre menina, voltou a ser criança, voltou a ter esperança, voltou a confiar. E depois de tanto tempo sem abrir suas portas e janelas, na primeira tentativa, foi roubada, machucada, enganada, pôs-se a chorar.
 Entre todas, logo ela. Diante de tantas atitudes, logo as piores.
 Aquela imagem foi pra lixeira junto com todas as outras lembranças que já não servem para nada.
 E Paulinha, tão moça, tão mulher, tão menina, ainda brilha, não conseguiram apagar sua luz.