terça-feira, 14 de outubro de 2014

Escreve, escreve, escreve...

 Escreve, escreve, escreve, mas não diz nada.
 Não diz porque não tem nada a dizer, não diz porque não sofre mais.
 Elas vão e voltam, se perdem no meio das idéias.Perambulam a torto e a direita, sem ter porquê e pra onde.
 Mas escreve, escreve, escreve, escreve para não deixá-las mais uma vez partir.
 Aproveita esse tempo, aproveita esse vento e deixa ir.
 Então... Escreve, escreve, escreve, escreve, escreve, escreve...

A preguiça que dá...

 Não me importo com a morte. De alguma forma não acredito mais na dor. Uma vez, por uma noite, senti uma dor tão profunda dentro do peito, que achei que nunca mais ia sair daquele buraco em que me jogara. Dor não me comove mais, amor sim. Qualquer demonstração simples e pura de amor, isso sim toca fundo na minha alma. Porque as pessoas, em geral, não sabem mais o que é o amor. Elas choram, se jogam de um lado para o outro, passam de braços para outros braços, e a cada primeiro mês vivido, proclamam aquelas velhas e tão comuns palavras de amor. Não pensam bem em como aquilo irá ressoar no resto do mundo... Elas simplesmente falam porque tem tanto medo de nunca sentir o sentimento verdadeiro, que é mais fácil dizer a cada segundo, do que esperar, e quando aparecer, viver aquilo plenamente.
 Acabo de assistir um filme famoso do momento, vindo de um livro que não sai do topo dos mais lidos. Não chorei, embora ele tente fazer isso a todo momento, os únicos momentos que me tocaram de verdade e marejaram meus olhos, foram aqueles em que vi o amor, a alegria que ele dá, a vida que ele preenche. O amor sendo vivido, e não aquele que se perde. Porque me irrita essa mania que as pessoas tem de valorizar algo que se perdeu... Cada texto que leio de um arrependido, me arrepia, porque na maioria das vezes aquelas palavras vieram após uma série de erros que a mesma pessoa arrependida, um dia cometeu. E quer saber? Na maioria das vezes, ela teve outra chance. Na maioria das vezes, quem pisa na bola, ganha vários bilhetes pra sentar no banco dos perdoados, e tem mais uma chance de cagar tudo outra vez.
 Então, não. Não quero saber dos filmes de morte, nem dos textos saudosistas. Quero apenas me encantar com o doce da vida simples e até rotineira, mas plena.