A sensação é de uma porrada na cara.
Um soco que vem da onde...
Engraçado quando a gente conhece tanto uma pessoa, mais do que ela imagina.
As palavras que não vem. Ela olha, olha, olha... Algo ressoa e não diz nada.
Ela não percebe, mas você já sabe. Antes dela pensar em dizer, você já sabe tudo que ela pensa, todas as opiniões, mesmo sem ela o dizer em voz alta.
De qualquer forma é inevitável, quando ela finalmente deixa as palavras escorrerem boca a fora, você sente um soco, uma dor, uma pressão. Embora o conhecimento existisse, ouvi-lo em voz alta é muito pior do que os momentos que você lê aquela mente...
É uma bosta. É bom ser o número dois, mas também é uma bosta, porque quando você só tem que aguentar você mesmo, suas cobranças internas, suas frustrações, já é algo péssimo e incrivelmente dolorido, mas quando é alguém que te esfrega na cara seu atual fracasso e sua inutilidade em tudo que sonhava, você percebe que é uma bosta...e que agora, não tem jeito. Você tem que lutar pra provar para mais uma pessoa (como se já não bastasse para o resto do mundo) que você não é uma completa inútil sem vontade e inerte pela vida.
Um soco na cara, o sapo na garganta, e a familiar dor da incompreensão predominante ao seu redor amargando na ponta da língua.
Passo a passo SP
Devaneios de um pássaro aprendendo a voar... Asas nos pés, mente solta, alma livre.
domingo, 3 de maio de 2015
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Vazio
Eu espalho as coisas por todos os lados e nem sei o motivo.
É pra casa ficar cheia, é pra encher o coração, é pra sentir um completo inteiro no lugar de um algo pela metade. Tudo pela metade, tudo partido e nem vi bem quando começou, só consegui enxergar os pedaços que se espalhavam pelo chão, atrás, dos lados, à frente, sempre, e sempre, e sempre. Mil partes espalhadas todas sem finalização. Começa um termina em outra, e nada que me faça ter vontade de continuar. pec toc plac cric toc ploc step bae tep lerepe trec trec trec Ultimamente parece que só tenho forças para chorar.
É pra casa ficar cheia, é pra encher o coração, é pra sentir um completo inteiro no lugar de um algo pela metade. Tudo pela metade, tudo partido e nem vi bem quando começou, só consegui enxergar os pedaços que se espalhavam pelo chão, atrás, dos lados, à frente, sempre, e sempre, e sempre. Mil partes espalhadas todas sem finalização. Começa um termina em outra, e nada que me faça ter vontade de continuar. pec toc plac cric toc ploc step bae tep lerepe trec trec trec Ultimamente parece que só tenho forças para chorar.
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Ainda não estou pronta para desistir dos meus sonhos. Dia após dia parece que tudo se afasta, parece que a porta muda de lugar e as janelas estão em lugares mais altos. A vitalidade que eu tinha não existe mais. Sinto como se a vida tivesse de sugado, eu entreguei tanto de mim ao mundo que hoje, parece não ter sobrado mais nada. A feliz, a força, a animação, a sonhadora, a lutadora, a que corre atrás. Não quero o A, quero apenas chegar no fim do caminho e então finalmente poder procurar por outro. Uma subida que parece não ter fim porque talvez eu não tenha coragem de ver que não é pra mim. Talvez eu não tenha coragem de ver que não é pra mim... Mas ainda não estou pronta para desistir dos meus sonhos. Seja como for, custe o que custar, não estou pronta para desistir e acho que nunca vou estar.
sábado, 7 de março de 2015
Já nem sei mais
Está difícil te amar nesse momento... Está difícil até lembrar o porque escolhi você. Separados eu falo aos outros a toda hora os motivos que me fazem te amar tanto, a certeza que tenho de estar do lado da pessoa certa, a sorte que tive de te encontrar... Mas agora... Agora não dá. Os meus olhos estão enxergando direito ou minha mente que anda meio louca? Corro atrás de cada minutinho livre do relógio pra amar você, mas em contrapartida, tenho me deparado com bocejos, olhar perdido, falta de ânimo. Eu até entendo, a vida é dura e anda complicado pra você. Mas antes...e nem tenho como deixar de lembrar do antes, você me amava tanto que ao meu lado, você conseguia se reenergizar. você dizia que eu era como uma luz no meio do seu dia escuro e pronto, tudo melhorava. Nos completávamos, nos amávamos... Mas agora... agora já não sei. Em um momento quase que definitivo, eu já não sei. E não digo quanto ao amor não, esse sei muito bem como o sinto. Eu falo sobre relação, troca, jeito... Pessoas que fazem o que querem, deveriam aprender a receber dos outros o que elas querem, não é mesmo? Comigo nunca foi, aprendi a deixar que os outros sejam cachorros sozinhos, "as pessoas podem ser cachorras com você, mas você não deve ser cachorra com as pessoas", frase que meu pai sempre me disse e nunca esqueci. Pois é... Eu não faço volta, não dou o troco, sou o que sou e o que sinto. E hoje... Hoje o que sinto é que nesse exato momento não sei mais o porquê amo você... Faz tempo que não chorava de soluçar... E que coisa, não é que hoje até os soluços apareceram?!
E dentre tantas, a única pessoa do mundo inteiro que eu pensei que nunca pudesse me ferir, me quebrou por inteiro...
E dentre tantas, a única pessoa do mundo inteiro que eu pensei que nunca pudesse me ferir, me quebrou por inteiro...
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Era pra ser uma noite, mas virou escuridão
E ela que não espera nada é surpreendida com flores e a promessa de um jantar.
Ela que nada pedia, só companhia queria, foi contente se arrumar.
Tomou um banho, passou batom, vestiu roupa bonita e danou a sorrir. Era seu dia, noite de alegria, só deles, só de dois, só pra namorar. Enquanto lutava com o fecho da pulseira pensava "não preciso de outras duas mãos pra fechar, mas se precisasse, eu as teria aqui agora... "
Ele sugeriu teatro, ela aceitou mas não entendeu. Só queria o jantar, a surpresa que ele prometeu. Telefone toca, a cara amarrada, e ela que nem havia feito nada, foi o alvo de um novo estranho humor. Tempo passa e a cara se fecha. As pernas dela em movimento, que um dia foram objeto de graça, hoje ele achou um irritante incomodo e desalento. Tudo nela o irritava, desde os pés até a energia e o sorrir. Pisca os olhos, abaixa a cabeça, ela já não lhe importa. Ele, o humbigo dele e sua irritação.
A noite dela já não é de graça... Engole o choro, sustenta uma farsa. Ela rima as palavras pra não ter que invejar o casal da mesa ao lado que conversa, namora, sorri.
Em casa se fecha, se joga no colchão, dorme e ronca sem lembrar de nada, nem de dar um beijo, um boa noite, um carinho naquela que de todos é ela, quem lhe cuida e lhe estende a mão.
Ela no quarto, chora a noite de horror, o sonho perdido, o encanto que passou. Enquanto mexe no fecho da pulseira, agora deseja ter ali: aquelas duas mãos para ajudar a abrir, aqueles olhos que um dia a amaram, aquela presença que se fazia sentir.
Deita, cala, espera a dor passar. Se enrola no travesseiro, abraça a pelúcia nova e chora... E seu coração? Agora só deseja mais tempo para ter certeza, mais tempo para não falhar na escolha. Mais tempo para ter certeza absoluta que é esse que merece receber o seu brilhar.
Ela que nada pedia, só companhia queria, foi contente se arrumar.
Tomou um banho, passou batom, vestiu roupa bonita e danou a sorrir. Era seu dia, noite de alegria, só deles, só de dois, só pra namorar. Enquanto lutava com o fecho da pulseira pensava "não preciso de outras duas mãos pra fechar, mas se precisasse, eu as teria aqui agora... "
Ele sugeriu teatro, ela aceitou mas não entendeu. Só queria o jantar, a surpresa que ele prometeu. Telefone toca, a cara amarrada, e ela que nem havia feito nada, foi o alvo de um novo estranho humor. Tempo passa e a cara se fecha. As pernas dela em movimento, que um dia foram objeto de graça, hoje ele achou um irritante incomodo e desalento. Tudo nela o irritava, desde os pés até a energia e o sorrir. Pisca os olhos, abaixa a cabeça, ela já não lhe importa. Ele, o humbigo dele e sua irritação.
A noite dela já não é de graça... Engole o choro, sustenta uma farsa. Ela rima as palavras pra não ter que invejar o casal da mesa ao lado que conversa, namora, sorri.
Em casa se fecha, se joga no colchão, dorme e ronca sem lembrar de nada, nem de dar um beijo, um boa noite, um carinho naquela que de todos é ela, quem lhe cuida e lhe estende a mão.
Ela no quarto, chora a noite de horror, o sonho perdido, o encanto que passou. Enquanto mexe no fecho da pulseira, agora deseja ter ali: aquelas duas mãos para ajudar a abrir, aqueles olhos que um dia a amaram, aquela presença que se fazia sentir.
Deita, cala, espera a dor passar. Se enrola no travesseiro, abraça a pelúcia nova e chora... E seu coração? Agora só deseja mais tempo para ter certeza, mais tempo para não falhar na escolha. Mais tempo para ter certeza absoluta que é esse que merece receber o seu brilhar.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Só mais um
Às vezes dá
vontade de chorar... Nem é mais pela tristeza, frustração, decepção ou sei lá o
que... Ás vezes dá vontade de chorar só porque você sente o peito cheio de água
que não escorreu. Senta a alma cheia de dor que você não quis sentir. E aí
entre um e mail e outro, entre uma busca e um tanque de roupa suja, você para e
percebe o olhar solto no ar, o nó que aperta, a pensamento que voa e o sal
pinicando os olhos. Está tudo tão cheio dentro de você daquilo que não quis
deixar vir, que tem hora, de hora em hora, ele vem com tudo, como uma onda na arrebentação,
mergulhante ou tubular, deslizante e ascendente, querendo quebrar em algum
lugar... Que saudade de dor de amor, agora, me parece que ela era mais fácil de
sentir. E aí você respira, aperta os dedos contra as mãos, bebe uma água gelada
e volta pra outro momento de abstração. Afinal é só mais um passo, mais um degrau,
mais uma casca de banana no meio do caminho. Apenas isso.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Num ponto...
Em pé no ponto de ônibus espero pacientemente. Sentada, atrás de mim, ela conversa com uma outra transeunte qualquer que parou e também espera por seu ônibus. Ela puxa papo com a jovem desconhecida e fala que espera o ônibus que vai para o Paraíso, mas que até agora só passa o Ana Rosa. Ela puxa papo, ri, e a outra moça responde animada com a inesperada conversa.
Em São Paulo não são muitos que se dão para conversas sem objetivos ou com estranhos.
Um ônibus passa e sua mais nova colega vai com ele. O meu ainda demora "acho que pegar ônibus nesse horário é um mau negócio" - penso. Quando ouço novamente sua voz, solta pelo ponto, rodeada por desconhecidos que olham para frente mecanicamente e ignoram suas falas enquanto esperam seu ônibus. Resolvo olhar para trás pois percebo que ela fala ao léu, sem nenhuma resposta; talvez meu olhar amigo lhe diga que é ouvida e se sinta bem, quem sabe menos sozinha? Enquanto olho para ela em um coluio não combinado, penso nas pessoas que puxam papo em pontos de ônibus, quem são, como são, que tipo de pessoa é esse. Imediatamente ela capta meu olhar e continua a falar, agora para mim. Primeiro comenta da amiga anterior, diz que ainda tem cara de boneca com seus 23 anos! Elogia o jeito fofo e estiloso da outra se vestir. Eu, dou um sorriso. Então ela fala do péssimo trânsito nesse horário, quase como se tivesse lido meu pensamentos de uns segundos atrás. Repete que espera o ônibus que vai pro Paraíso, mas que até agora, só passa o Ana Rosa. Eu concordo e dou outro sorriso.
Ela é magra, aparente ter seus vinte poucos ou talvez seus trinta e poucos. Cabelos encaracolados e escuros, com um lenço que enfeito o topo de sua cabeça. Segura uma mochila no colo, tem olhos estreitos e sorriso largo.
Olho para frente enquanto ela fala "Parece que passa o ônibus de todo mundo, menos o meu!" Eu começo a achar que o meu também não vem, até que avisto ele de longe, descendo a rua. Faço sinal, dou um sorriso e me despeço, afinal, talvez ela tenha me dado sorte! "Vai com Deus", ela diz, e eu vou.
Já sentada continuo a pensar nos tipos de pessoas que puxam papo com estranhos nos pontos de ônibus. Percebo então que sem livro pra ler ou vontade de mexer no celular, resolvo olhar para vida. Uma senhora ao meu lado que olha pela janela sem se virar um segundo, suspira, suspira. Um rapaz do outro lado lê seu jornal, sessão de esportes. Uma jovem que passa o bilhete e gira a catraca enquanto seu filho espera sentadinho no banco... Engraçado, aquela moça do ponto me fez ter vontade de olhar para vida. Uma moça que estava apenas sentada esperando seu ônibus para ir para o Paraíso, mas logo hoje só passa o Ana Rosa.
Em São Paulo não são muitos que se dão para conversas sem objetivos ou com estranhos.
Um ônibus passa e sua mais nova colega vai com ele. O meu ainda demora "acho que pegar ônibus nesse horário é um mau negócio" - penso. Quando ouço novamente sua voz, solta pelo ponto, rodeada por desconhecidos que olham para frente mecanicamente e ignoram suas falas enquanto esperam seu ônibus. Resolvo olhar para trás pois percebo que ela fala ao léu, sem nenhuma resposta; talvez meu olhar amigo lhe diga que é ouvida e se sinta bem, quem sabe menos sozinha? Enquanto olho para ela em um coluio não combinado, penso nas pessoas que puxam papo em pontos de ônibus, quem são, como são, que tipo de pessoa é esse. Imediatamente ela capta meu olhar e continua a falar, agora para mim. Primeiro comenta da amiga anterior, diz que ainda tem cara de boneca com seus 23 anos! Elogia o jeito fofo e estiloso da outra se vestir. Eu, dou um sorriso. Então ela fala do péssimo trânsito nesse horário, quase como se tivesse lido meu pensamentos de uns segundos atrás. Repete que espera o ônibus que vai pro Paraíso, mas que até agora, só passa o Ana Rosa. Eu concordo e dou outro sorriso.
(Ponto de ônibus na Avenida Paulista, pelo olhar de Paulo Stocker) |
Olho para frente enquanto ela fala "Parece que passa o ônibus de todo mundo, menos o meu!" Eu começo a achar que o meu também não vem, até que avisto ele de longe, descendo a rua. Faço sinal, dou um sorriso e me despeço, afinal, talvez ela tenha me dado sorte! "Vai com Deus", ela diz, e eu vou.
Já sentada continuo a pensar nos tipos de pessoas que puxam papo com estranhos nos pontos de ônibus. Percebo então que sem livro pra ler ou vontade de mexer no celular, resolvo olhar para vida. Uma senhora ao meu lado que olha pela janela sem se virar um segundo, suspira, suspira. Um rapaz do outro lado lê seu jornal, sessão de esportes. Uma jovem que passa o bilhete e gira a catraca enquanto seu filho espera sentadinho no banco... Engraçado, aquela moça do ponto me fez ter vontade de olhar para vida. Uma moça que estava apenas sentada esperando seu ônibus para ir para o Paraíso, mas logo hoje só passa o Ana Rosa.
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