Às vezes dá
vontade de chorar... Nem é mais pela tristeza, frustração, decepção ou sei lá o
que... Ás vezes dá vontade de chorar só porque você sente o peito cheio de água
que não escorreu. Senta a alma cheia de dor que você não quis sentir. E aí
entre um e mail e outro, entre uma busca e um tanque de roupa suja, você para e
percebe o olhar solto no ar, o nó que aperta, a pensamento que voa e o sal
pinicando os olhos. Está tudo tão cheio dentro de você daquilo que não quis
deixar vir, que tem hora, de hora em hora, ele vem com tudo, como uma onda na arrebentação,
mergulhante ou tubular, deslizante e ascendente, querendo quebrar em algum
lugar... Que saudade de dor de amor, agora, me parece que ela era mais fácil de
sentir. E aí você respira, aperta os dedos contra as mãos, bebe uma água gelada
e volta pra outro momento de abstração. Afinal é só mais um passo, mais um degrau,
mais uma casca de banana no meio do caminho. Apenas isso.
Devaneios de um pássaro aprendendo a voar... Asas nos pés, mente solta, alma livre.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Num ponto...
Em pé no ponto de ônibus espero pacientemente. Sentada, atrás de mim, ela conversa com uma outra transeunte qualquer que parou e também espera por seu ônibus. Ela puxa papo com a jovem desconhecida e fala que espera o ônibus que vai para o Paraíso, mas que até agora só passa o Ana Rosa. Ela puxa papo, ri, e a outra moça responde animada com a inesperada conversa.
Em São Paulo não são muitos que se dão para conversas sem objetivos ou com estranhos.
Um ônibus passa e sua mais nova colega vai com ele. O meu ainda demora "acho que pegar ônibus nesse horário é um mau negócio" - penso. Quando ouço novamente sua voz, solta pelo ponto, rodeada por desconhecidos que olham para frente mecanicamente e ignoram suas falas enquanto esperam seu ônibus. Resolvo olhar para trás pois percebo que ela fala ao léu, sem nenhuma resposta; talvez meu olhar amigo lhe diga que é ouvida e se sinta bem, quem sabe menos sozinha? Enquanto olho para ela em um coluio não combinado, penso nas pessoas que puxam papo em pontos de ônibus, quem são, como são, que tipo de pessoa é esse. Imediatamente ela capta meu olhar e continua a falar, agora para mim. Primeiro comenta da amiga anterior, diz que ainda tem cara de boneca com seus 23 anos! Elogia o jeito fofo e estiloso da outra se vestir. Eu, dou um sorriso. Então ela fala do péssimo trânsito nesse horário, quase como se tivesse lido meu pensamentos de uns segundos atrás. Repete que espera o ônibus que vai pro Paraíso, mas que até agora, só passa o Ana Rosa. Eu concordo e dou outro sorriso.
Ela é magra, aparente ter seus vinte poucos ou talvez seus trinta e poucos. Cabelos encaracolados e escuros, com um lenço que enfeito o topo de sua cabeça. Segura uma mochila no colo, tem olhos estreitos e sorriso largo.
Olho para frente enquanto ela fala "Parece que passa o ônibus de todo mundo, menos o meu!" Eu começo a achar que o meu também não vem, até que avisto ele de longe, descendo a rua. Faço sinal, dou um sorriso e me despeço, afinal, talvez ela tenha me dado sorte! "Vai com Deus", ela diz, e eu vou.
Já sentada continuo a pensar nos tipos de pessoas que puxam papo com estranhos nos pontos de ônibus. Percebo então que sem livro pra ler ou vontade de mexer no celular, resolvo olhar para vida. Uma senhora ao meu lado que olha pela janela sem se virar um segundo, suspira, suspira. Um rapaz do outro lado lê seu jornal, sessão de esportes. Uma jovem que passa o bilhete e gira a catraca enquanto seu filho espera sentadinho no banco... Engraçado, aquela moça do ponto me fez ter vontade de olhar para vida. Uma moça que estava apenas sentada esperando seu ônibus para ir para o Paraíso, mas logo hoje só passa o Ana Rosa.
Em São Paulo não são muitos que se dão para conversas sem objetivos ou com estranhos.
Um ônibus passa e sua mais nova colega vai com ele. O meu ainda demora "acho que pegar ônibus nesse horário é um mau negócio" - penso. Quando ouço novamente sua voz, solta pelo ponto, rodeada por desconhecidos que olham para frente mecanicamente e ignoram suas falas enquanto esperam seu ônibus. Resolvo olhar para trás pois percebo que ela fala ao léu, sem nenhuma resposta; talvez meu olhar amigo lhe diga que é ouvida e se sinta bem, quem sabe menos sozinha? Enquanto olho para ela em um coluio não combinado, penso nas pessoas que puxam papo em pontos de ônibus, quem são, como são, que tipo de pessoa é esse. Imediatamente ela capta meu olhar e continua a falar, agora para mim. Primeiro comenta da amiga anterior, diz que ainda tem cara de boneca com seus 23 anos! Elogia o jeito fofo e estiloso da outra se vestir. Eu, dou um sorriso. Então ela fala do péssimo trânsito nesse horário, quase como se tivesse lido meu pensamentos de uns segundos atrás. Repete que espera o ônibus que vai pro Paraíso, mas que até agora, só passa o Ana Rosa. Eu concordo e dou outro sorriso.
(Ponto de ônibus na Avenida Paulista, pelo olhar de Paulo Stocker) |
Olho para frente enquanto ela fala "Parece que passa o ônibus de todo mundo, menos o meu!" Eu começo a achar que o meu também não vem, até que avisto ele de longe, descendo a rua. Faço sinal, dou um sorriso e me despeço, afinal, talvez ela tenha me dado sorte! "Vai com Deus", ela diz, e eu vou.
Já sentada continuo a pensar nos tipos de pessoas que puxam papo com estranhos nos pontos de ônibus. Percebo então que sem livro pra ler ou vontade de mexer no celular, resolvo olhar para vida. Uma senhora ao meu lado que olha pela janela sem se virar um segundo, suspira, suspira. Um rapaz do outro lado lê seu jornal, sessão de esportes. Uma jovem que passa o bilhete e gira a catraca enquanto seu filho espera sentadinho no banco... Engraçado, aquela moça do ponto me fez ter vontade de olhar para vida. Uma moça que estava apenas sentada esperando seu ônibus para ir para o Paraíso, mas logo hoje só passa o Ana Rosa.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Escreve, escreve, escreve...
Escreve, escreve, escreve, mas não diz nada.
Não diz porque não tem nada a dizer, não diz porque não sofre mais.
Elas vão e voltam, se perdem no meio das idéias.Perambulam a torto e a direita, sem ter porquê e pra onde.
Mas escreve, escreve, escreve, escreve para não deixá-las mais uma vez partir.
Aproveita esse tempo, aproveita esse vento e deixa ir.
Então... Escreve, escreve, escreve, escreve, escreve, escreve...
Não diz porque não tem nada a dizer, não diz porque não sofre mais.
Elas vão e voltam, se perdem no meio das idéias.Perambulam a torto e a direita, sem ter porquê e pra onde.
Mas escreve, escreve, escreve, escreve para não deixá-las mais uma vez partir.
Aproveita esse tempo, aproveita esse vento e deixa ir.
Então... Escreve, escreve, escreve, escreve, escreve, escreve...
A preguiça que dá...
Não me importo com a morte. De alguma forma não acredito mais na dor. Uma vez, por uma noite, senti uma dor tão profunda dentro do peito, que achei que nunca mais ia sair daquele buraco em que me jogara. Dor não me comove mais, amor sim. Qualquer demonstração simples e pura de amor, isso sim toca fundo na minha alma. Porque as pessoas, em geral, não sabem mais o que é o amor. Elas choram, se jogam de um lado para o outro, passam de braços para outros braços, e a cada primeiro mês vivido, proclamam aquelas velhas e tão comuns palavras de amor. Não pensam bem em como aquilo irá ressoar no resto do mundo... Elas simplesmente falam porque tem tanto medo de nunca sentir o sentimento verdadeiro, que é mais fácil dizer a cada segundo, do que esperar, e quando aparecer, viver aquilo plenamente.
Acabo de assistir um filme famoso do momento, vindo de um livro que não sai do topo dos mais lidos. Não chorei, embora ele tente fazer isso a todo momento, os únicos momentos que me tocaram de verdade e marejaram meus olhos, foram aqueles em que vi o amor, a alegria que ele dá, a vida que ele preenche. O amor sendo vivido, e não aquele que se perde. Porque me irrita essa mania que as pessoas tem de valorizar algo que se perdeu... Cada texto que leio de um arrependido, me arrepia, porque na maioria das vezes aquelas palavras vieram após uma série de erros que a mesma pessoa arrependida, um dia cometeu. E quer saber? Na maioria das vezes, ela teve outra chance. Na maioria das vezes, quem pisa na bola, ganha vários bilhetes pra sentar no banco dos perdoados, e tem mais uma chance de cagar tudo outra vez.
Então, não. Não quero saber dos filmes de morte, nem dos textos saudosistas. Quero apenas me encantar com o doce da vida simples e até rotineira, mas plena.
Acabo de assistir um filme famoso do momento, vindo de um livro que não sai do topo dos mais lidos. Não chorei, embora ele tente fazer isso a todo momento, os únicos momentos que me tocaram de verdade e marejaram meus olhos, foram aqueles em que vi o amor, a alegria que ele dá, a vida que ele preenche. O amor sendo vivido, e não aquele que se perde. Porque me irrita essa mania que as pessoas tem de valorizar algo que se perdeu... Cada texto que leio de um arrependido, me arrepia, porque na maioria das vezes aquelas palavras vieram após uma série de erros que a mesma pessoa arrependida, um dia cometeu. E quer saber? Na maioria das vezes, ela teve outra chance. Na maioria das vezes, quem pisa na bola, ganha vários bilhetes pra sentar no banco dos perdoados, e tem mais uma chance de cagar tudo outra vez.
Então, não. Não quero saber dos filmes de morte, nem dos textos saudosistas. Quero apenas me encantar com o doce da vida simples e até rotineira, mas plena.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Um jeito, um retrato
Limpa, limpa, limpa e nada... Meu Deus, essa sujeira parece não acabar nunca! Limpa, limpa, vai limpando e então, uma imagem. Paulinha, menina doce tão doce, que mesmo com os olhos pequenos e inchados de tanto chorar, sorri, mostra a língua para fazer graça e atender um pedido de mau merecedor de mostrar que está feliz!
Pobre menina, voltou a ser criança, voltou a ter esperança, voltou a confiar. E depois de tanto tempo sem abrir suas portas e janelas, na primeira tentativa, foi roubada, machucada, enganada, pôs-se a chorar.
Entre todas, logo ela. Diante de tantas atitudes, logo as piores.
Aquela imagem foi pra lixeira junto com todas as outras lembranças que já não servem para nada.
E Paulinha, tão moça, tão mulher, tão menina, ainda brilha, não conseguiram apagar sua luz.
Pobre menina, voltou a ser criança, voltou a ter esperança, voltou a confiar. E depois de tanto tempo sem abrir suas portas e janelas, na primeira tentativa, foi roubada, machucada, enganada, pôs-se a chorar.
Entre todas, logo ela. Diante de tantas atitudes, logo as piores.
Aquela imagem foi pra lixeira junto com todas as outras lembranças que já não servem para nada.
E Paulinha, tão moça, tão mulher, tão menina, ainda brilha, não conseguiram apagar sua luz.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
E agora..?
Ando com tanto tempo para tudo, que não me sobra tempo para nada. Não me sobra tempo para mim.
Um clique. Outro clique. Mais um clique. Aqui, ali, aqui, ali, agora lá e mais outro e mais um pouco. E de pulo em pulo, vida em vida, olhar em olhar, continuo aqui, parada atrás de um vidro tão transparente que quase parece não existir. Mas existe. Existe e é grosso e impede e fecha e aprisiona.
A chave? Quem tem? Tem?
Um clique. Mais um clique. E agora, para que lado?
Um clique. Outro clique. Mais um clique. Aqui, ali, aqui, ali, agora lá e mais outro e mais um pouco. E de pulo em pulo, vida em vida, olhar em olhar, continuo aqui, parada atrás de um vidro tão transparente que quase parece não existir. Mas existe. Existe e é grosso e impede e fecha e aprisiona.
A chave? Quem tem? Tem?
Um clique. Mais um clique. E agora, para que lado?
domingo, 6 de abril de 2014
Sem título
Deitada embaixo das estrelas, lua posta em seu lugar, mundo girando tal como deve,e eu ainda aqui, ainda assim, ainda pensando.
cabeça pesada, pés sem muitos movimentos, busco em vão correr atrás de meu rabo como cachorro louco num dia de verão. Pode não fazer sentido, mas a mim diz muito, à minha realidade, diz o que tem para dizer.
Uma cadente passa, será impressão? Automaticamente faço meu pedido, aquele de todos os dias e todas as horas:"meu sonho, meu sonho, por favor dessa vez, pode ser o meu sonho?"
Tenho que sair. Me levanto,me banho, me troco, sigo novamente como nada estivesse pendente, como se tudo fizesse sentido, como se eu estivesse no lugar onde devo estar.
cabeça pesada, pés sem muitos movimentos, busco em vão correr atrás de meu rabo como cachorro louco num dia de verão. Pode não fazer sentido, mas a mim diz muito, à minha realidade, diz o que tem para dizer.
Uma cadente passa, será impressão? Automaticamente faço meu pedido, aquele de todos os dias e todas as horas:"meu sonho, meu sonho, por favor dessa vez, pode ser o meu sonho?"
Tenho que sair. Me levanto,me banho, me troco, sigo novamente como nada estivesse pendente, como se tudo fizesse sentido, como se eu estivesse no lugar onde devo estar.
...
Deitada meio embaralhada, ainda tento pensar em como será o futuro dessa relação.
Penso que foi bom enquanto tinha que ser, mas agora ambos parecemos forçados a ois e piadas para não rompermos aquele fio que um dia se criou.
Acho que preciso de um tempo para entender sua loucura, tempo para assimilar minha birra, tempo para deixar que tudo volte ao seu lugar...ou não.
Penso que foi bom enquanto tinha que ser, mas agora ambos parecemos forçados a ois e piadas para não rompermos aquele fio que um dia se criou.
Acho que preciso de um tempo para entender sua loucura, tempo para assimilar minha birra, tempo para deixar que tudo volte ao seu lugar...ou não.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Ando cheia de palavras
sexta-feira, 21 de março de 2014
E essa tal conversa besta...
Por que você não cala a boca e me escuta?
Por que não abre os olhos e me enxerga?
Por que não limpa a porra dos ouvidos e me escuta?
Para de pensar só um pouquinho, para de comparar, para com essa merda de trauma e percebe de uma vez que não, não sou igual a ninguém!
O que eu falo é exatamente o que eu digo, e não o que você cria por cima baseado em experiências anteriores. Esqueceu que não faço jogos com você? Não tenho meios palavras, ou falo por inteiro ou me calo, mas nunca paro no meio do caminho.
Quer saber? Se não sabes como conversar me calarei até o dia que estiver normal e zerado de vez.
Por que não abre os olhos e me enxerga?
Por que não limpa a porra dos ouvidos e me escuta?
Para de pensar só um pouquinho, para de comparar, para com essa merda de trauma e percebe de uma vez que não, não sou igual a ninguém!
O que eu falo é exatamente o que eu digo, e não o que você cria por cima baseado em experiências anteriores. Esqueceu que não faço jogos com você? Não tenho meios palavras, ou falo por inteiro ou me calo, mas nunca paro no meio do caminho.
Quer saber? Se não sabes como conversar me calarei até o dia que estiver normal e zerado de vez.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Vou.
Hoje não quero falar, nem com ele e nem com você!
Aproveito que estou de mal com ele e já brigo com você também!
Logo você que me fez tão bem...
Mas não, também merece que não te olhe nos olhos e nem te queira mais por perto, afinal, já tem tempo que partiu e não me sopra nenhum beijo quando passa, se é que ainda passa.
A janela coberta de teias mal se abre para ver o sol...
O chato que é eu preciso tanto de você...
Mas não há jeito, faça chuva ou noite, verão ou solidão, esqueceu-se e pronto, está acabado.
O que importa se suas palavras fazem falta aos meus ouvidos e que meu coração só se aquece com o seu?
Ele está lá, magoando o meu dia e nem posso contar com você para desabafar.
Chega! Esse inverno já perdura mais do que posso aguentar!
Vou calar.
Aproveito que estou de mal com ele e já brigo com você também!
Logo você que me fez tão bem...
Mas não, também merece que não te olhe nos olhos e nem te queira mais por perto, afinal, já tem tempo que partiu e não me sopra nenhum beijo quando passa, se é que ainda passa.
A janela coberta de teias mal se abre para ver o sol...
O chato que é eu preciso tanto de você...
Mas não há jeito, faça chuva ou noite, verão ou solidão, esqueceu-se e pronto, está acabado.
O que importa se suas palavras fazem falta aos meus ouvidos e que meu coração só se aquece com o seu?
Ele está lá, magoando o meu dia e nem posso contar com você para desabafar.
Chega! Esse inverno já perdura mais do que posso aguentar!
Vou calar.
Manchinha
Manchinha andava livre por aí. Não era sempre feliz, mas também não era triste.
Ela era amarela, mas de um amarelo tão vivo que tinha graça!
Meio sem formas definidas, Manchinha voava solta e encaixava muito bem em qualquer lugar, embora não se deixasse "encaixar".
Um dia encontrou um pedaço de pano, era de um azul escuro, meio sério e um pouco bobo também. Assim que viu Manchinha se iluminou, tentou tocá-la instantaneamente e trazê-la mais para perto de si. Ela era meio medrosa, já tinham jogado lama nela muitas vezes antes. Foi se aproximando aos pouquinhos e se deixando misturar por aquela nova cor. O pano azul ficou encantado com a liberdade daquela pequena manchinha, tão frágil, tão solta, tão pequenina, mas que lhe fazia imensamente feliz. Ele a levava para todos os cantos e expunha feliz aquele pequeno brilho amarelo que habitava seu ser. Já não era azul, nem ela amarela, juntos eram verde, eram um.
Hoje era um dia de festa no mundo do Azul. Seus amigos tecidos iriam festejar mais um novo amaciante! Manchinha ficou animada pois adorava festas, ainda mais com seu amor. Eles não costumavam ir em tantas festas juntos, no mundo dele, ela era só uma mancha e ele um tecido bem alinhado. Manchinha percebeu que Azul estava um pouco inquieto. Ele não sabia como carregar sua pequena Manchinha e fazê-la dar de cara com uma situação diferente e talvez, desconfortável também. Lá teria água, sabão em pó, em barra, escovas, alvejante, tira bolinhas e também tira manchas. E ele diferente de todos, ao invés de tirar, quis uma mancha só para ele, quem entenderia isso? Estava decidido, Manchinha teria que ir numa caixa, como uma barreira de proteção sabe? Ela se espremeu dentro da caixa amiga velha de guerra, subiu no salto e lá foram eles lavar roupa suja com bolhas de sabão. A cada passo Manchinha diminuía, estava escorregadia e sufocando. Não se sentia bem vinda e nem desejada, e pela primeira vez na vida, se deu conta de que era apenas uma mancha, e que não importa o quanto brilhasse e fosse alegre, ela era uma mancha, sempre seria uma mancha. Manchinha arrancou a caixa de uma vez e jogou os sapatos para o alto "Quer saber? Se sou essa "mancha" toda, porque não taca Vanish em mim?".
E assim ela se foi, do jeito que veio, do jeito que era, uma manchinha amarela, que não era feliz, mas também não era triste, mas que era ELA! Uma manchinha amarela, tão viva que tinha graça, muita graça!
Ela era amarela, mas de um amarelo tão vivo que tinha graça!
Meio sem formas definidas, Manchinha voava solta e encaixava muito bem em qualquer lugar, embora não se deixasse "encaixar".
Um dia encontrou um pedaço de pano, era de um azul escuro, meio sério e um pouco bobo também. Assim que viu Manchinha se iluminou, tentou tocá-la instantaneamente e trazê-la mais para perto de si. Ela era meio medrosa, já tinham jogado lama nela muitas vezes antes. Foi se aproximando aos pouquinhos e se deixando misturar por aquela nova cor. O pano azul ficou encantado com a liberdade daquela pequena manchinha, tão frágil, tão solta, tão pequenina, mas que lhe fazia imensamente feliz. Ele a levava para todos os cantos e expunha feliz aquele pequeno brilho amarelo que habitava seu ser. Já não era azul, nem ela amarela, juntos eram verde, eram um.
Hoje era um dia de festa no mundo do Azul. Seus amigos tecidos iriam festejar mais um novo amaciante! Manchinha ficou animada pois adorava festas, ainda mais com seu amor. Eles não costumavam ir em tantas festas juntos, no mundo dele, ela era só uma mancha e ele um tecido bem alinhado. Manchinha percebeu que Azul estava um pouco inquieto. Ele não sabia como carregar sua pequena Manchinha e fazê-la dar de cara com uma situação diferente e talvez, desconfortável também. Lá teria água, sabão em pó, em barra, escovas, alvejante, tira bolinhas e também tira manchas. E ele diferente de todos, ao invés de tirar, quis uma mancha só para ele, quem entenderia isso? Estava decidido, Manchinha teria que ir numa caixa, como uma barreira de proteção sabe? Ela se espremeu dentro da caixa amiga velha de guerra, subiu no salto e lá foram eles lavar roupa suja com bolhas de sabão. A cada passo Manchinha diminuía, estava escorregadia e sufocando. Não se sentia bem vinda e nem desejada, e pela primeira vez na vida, se deu conta de que era apenas uma mancha, e que não importa o quanto brilhasse e fosse alegre, ela era uma mancha, sempre seria uma mancha. Manchinha arrancou a caixa de uma vez e jogou os sapatos para o alto "Quer saber? Se sou essa "mancha" toda, porque não taca Vanish em mim?".
E assim ela se foi, do jeito que veio, do jeito que era, uma manchinha amarela, que não era feliz, mas também não era triste, mas que era ELA! Uma manchinha amarela, tão viva que tinha graça, muita graça!
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Já chegou a minha vez? Já chegou
"Já chegou a minha vez? Já chegou?"
Eu ouvi essa frase uma vez enquanto assistia uma peça. Ela foi dita logo no começo e foi mais do que o suficiente para marcar, afinal, essa frase tem me perseguido há muito tempo...
Tenho andado dia e noite atrás de um sonho, uma meta, uma realização. Abandonei a segurança daquela casinha de tijolos e fui atrás da casinha de barro, de palha, de madeira e até de uma casinha de vento, desde que isso me levasse até meu sonho. Aos pouquinhos, entre grãos e pedras, passos e subidas e caídas e olhar adiante, fui seguindo, sem pensar em outra coisa: "Já chegou a minha vez? Já chegou?".
No meio do caminho descobri que tive a oportunidade de mudar a vida de algumas pessoas. Dei esperança, compartilhei meu pouco conhecimento, puxei orelha e dei força para a tentativa alheia, o pouco que fiz, me fez feliz, mas só durante aquele momento, depois bate novamente o foco em mim... "Já chegou a minha vez? Já chegou?".
E bate aquele sonho apertadinho, aquela tristeza de saber que o percurso ainda é grande e que as pedras e montanhas e buracos e escaladas e lágrimas e estradas e passos e testes e fotos e cursos e trabalho e dureza e alegria e caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho... caminho... caminho... caminho... caminho......... caminho............ caminho................. continua. Porque eu não vou desistir. Porque eu sei que... eu preciso.
Pode não ser agora, pode não ser o momento, mas eu sei, que é pra mim.
E mesmo com essa voz sussurrando em meu ouvido eu sigo, pé ante pé... "Já chegou a minha vez? Já chegou?"
THE CLIMB
(Miley Cyrus)
Eu quase posso ver
Eu ouvi essa frase uma vez enquanto assistia uma peça. Ela foi dita logo no começo e foi mais do que o suficiente para marcar, afinal, essa frase tem me perseguido há muito tempo...
Tenho andado dia e noite atrás de um sonho, uma meta, uma realização. Abandonei a segurança daquela casinha de tijolos e fui atrás da casinha de barro, de palha, de madeira e até de uma casinha de vento, desde que isso me levasse até meu sonho. Aos pouquinhos, entre grãos e pedras, passos e subidas e caídas e olhar adiante, fui seguindo, sem pensar em outra coisa: "Já chegou a minha vez? Já chegou?".
No meio do caminho descobri que tive a oportunidade de mudar a vida de algumas pessoas. Dei esperança, compartilhei meu pouco conhecimento, puxei orelha e dei força para a tentativa alheia, o pouco que fiz, me fez feliz, mas só durante aquele momento, depois bate novamente o foco em mim... "Já chegou a minha vez? Já chegou?".
E bate aquele sonho apertadinho, aquela tristeza de saber que o percurso ainda é grande e que as pedras e montanhas e buracos e escaladas e lágrimas e estradas e passos e testes e fotos e cursos e trabalho e dureza e alegria e caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho caminho... caminho... caminho... caminho... caminho......... caminho............ caminho................. continua. Porque eu não vou desistir. Porque eu sei que... eu preciso.
Pode não ser agora, pode não ser o momento, mas eu sei, que é pra mim.
E mesmo com essa voz sussurrando em meu ouvido eu sigo, pé ante pé... "Já chegou a minha vez? Já chegou?"
THE CLIMB
(Miley Cyrus)
Eu quase posso ver
Esse sonho que estou sonhando
Mas há uma voz dentro da minha cabeça dizendo que
Eu nunca irei alcançá-lo
Cada passo que estou dando
Cada movimento que eu faço
Parece perdido sem nenhuma direção
Minha fé está abalada
Mas eu, eu tenho que continuar tentando
Tenho que manter minha cabeça erguida
Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a escalada
As lutas que estou enfrentando
As oportunidades que estou tendo
Às vezes podem me jogar no chão
Mas não, eu não estou rompendo
Eu posso até não saber
Mas este são os momentos que eu vou lembrar mais e
Só tenho que continuar
E eu, eu tenho que ser forte
Apenas continuar insistindo, pois
Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a escalada
Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a escalada
Continue em movimento
Continue escalando
Mantenha a fé
Querido
É tudo sobre
É tudo sobre a escalada
Mantenha a fé
Mantenha a sua fé
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Opa, isso ainda tá aqui?
Tem dias que a gente resolve que tem que fazer uma limpeza, que passou da hora de "limpar geral" e então põe a mão na massa.
Hoje, por um motivo qualquer, tive que rever alguns arquivos do computador e percebi quanta coisa inútil ainda estava guarda nele: pastas, fotos, textos, e mails antigos, lembranças... E aí, de repente, você sente "passou da hora"!
Ok, vou arregaçar as mangas e fazer essa coisa chata de uma vez só. Enquanto vou vasculhando cada canto do computador, descubro coisas que nem lembrava que existia. "Opa, isso ainda tá aqui?"
No meio de tanta tranqueira, beijos, sorrisos e lágrimas, muitas e muitas lágrimas. Na verdade, principalmente as lágrimas, e eu que nem lembrava que já chorei tanto assim. E eu que nem sei o motivo delas ainda estarem ali, enfiadas numa pasta só esperando para pipocarem na minha telinha novamente e me lembrar... Lembrar do que?
...................................................................................................................................................................
Foram 84 mensagens convertidas em um esforço estúpido de uma única pessoa que tentou violentamente fazer tudo o que seu coração mandou sem recuar.
Não sei se meus olhos foram trocados em algum momento ou se foi só o tempo que passou, mas o
encontro com tantas coisas esquecidas mostrou como aquela história mexicana foi burra, estúpida e uma completa perda de tempo. Ainda bem que depois da tempestade sempre vem algo bom e no meu caso, os novos ventos foram muito, muito, muito melhores. Tão melhores que sopraram para longe dor, lembranças e marcas.
O mais engraçado é que a maioria daquelas histórias ali perdidas eu mal me lembrava, foi quase como ler as memórias póstumas de alguém.
Sim, missão cumprida. Dois cliques. Pasta limpa.
E aquela poeira antiga da qual nem me lembrava e veio visitar... Bom, o que posso dizer? Ainda bem que logo ontem eu ganhei um espanador novo!
Hoje, por um motivo qualquer, tive que rever alguns arquivos do computador e percebi quanta coisa inútil ainda estava guarda nele: pastas, fotos, textos, e mails antigos, lembranças... E aí, de repente, você sente "passou da hora"!
Ok, vou arregaçar as mangas e fazer essa coisa chata de uma vez só. Enquanto vou vasculhando cada canto do computador, descubro coisas que nem lembrava que existia. "Opa, isso ainda tá aqui?"
No meio de tanta tranqueira, beijos, sorrisos e lágrimas, muitas e muitas lágrimas. Na verdade, principalmente as lágrimas, e eu que nem lembrava que já chorei tanto assim. E eu que nem sei o motivo delas ainda estarem ali, enfiadas numa pasta só esperando para pipocarem na minha telinha novamente e me lembrar... Lembrar do que?
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Foram 84 mensagens convertidas em um esforço estúpido de uma única pessoa que tentou violentamente fazer tudo o que seu coração mandou sem recuar.
Não sei se meus olhos foram trocados em algum momento ou se foi só o tempo que passou, mas o
encontro com tantas coisas esquecidas mostrou como aquela história mexicana foi burra, estúpida e uma completa perda de tempo. Ainda bem que depois da tempestade sempre vem algo bom e no meu caso, os novos ventos foram muito, muito, muito melhores. Tão melhores que sopraram para longe dor, lembranças e marcas.
O mais engraçado é que a maioria daquelas histórias ali perdidas eu mal me lembrava, foi quase como ler as memórias póstumas de alguém.
Sim, missão cumprida. Dois cliques. Pasta limpa.
E aquela poeira antiga da qual nem me lembrava e veio visitar... Bom, o que posso dizer? Ainda bem que logo ontem eu ganhei um espanador novo!
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