E eu te disse:
- Fica!
E você me disse:
- Agora não dá.
E eu disse:
- Então volta...
E você disse:
- Quando der.
E eu:
- Então não some,...
E você:
- Eu ligo.
Eu:
- Mas estamos juntos?
Você:
- Sim.
Virou as costas e foi embora. E eu fiquei. Acenei pela janela ao vento e chorei...
- Não importa, eu amo você...
Devaneios de um pássaro aprendendo a voar... Asas nos pés, mente solta, alma livre.
sexta-feira, 31 de maio de 2013
terça-feira, 28 de maio de 2013
Oração
Meu Deus por favor me ajuda, eu sei que não mereço nada do Senhor, mas por favor, me ajuda. Está sentindo? O Senhor também percebe? É a dor, ela está aqui, me rondando, sondando o ambiente para ver se consegue se aproximar mais de mim. Por favor não deixa, eu não quero sentir aquele sangue escorrer de novo, não quero. Ela está me caçando já que não tem parado muito em casa esses dias e hoje, ela me encontrou. Assim que pisei na empresa eu pude senti-la, e doeu, ela montou em minhas costas e tentou se apossar de mim "NÃO, NÃO QUERO, NÃO DEIXO, SAI DAQUI", gritei e sacudi, ela se afastou. Para minha alegria logo uma amiga chegou e conversamos, foi o suficiente para me livrar da dor mais um tempo. Só que agora, ela está ali, me olhando, meu Deus, estou com tanto medo... Ela está tentando se aproximar de novo e não sei como impedir... Tirei 15 minutos para descansar e quando deitei no sofá, ela pulou com suas quatros garras bem no meu peito, e pesou, e doeu... Coloquei uma música, ela me levou até ele, fechei os olhos e revivi doces lembranças, a dor continuou em cima, mas abrandou as garras, fugi. Mas fiquei triste, eu que ando oca, comecei a sentir tristeza novamente. Não sei o que é pior, não sentir nada ou sentir dor. Só que o nada eu já conheço, ele tem me acompanhado esses dias, já virou de casa, já sabe como se portar e eu como lidar com ele. Perambulo oca e anestesiada por aí, ocupando corpo e mente, tão acelerada que mal sinto o gosto das coisas. Mas a dor, a dor não, ela é sempre nova. Por mais que eu tenha experimentado do seu sabor, ela sempre tem mais a dar, sempre tem mais a fazer. Da última vez ela foi avassaladora, impiedosa, arrancou meu coração a unha, tirou-me cada lágrima no dente, me despiu da minha armadura e jogou minha carcaça pobre em um buraco escuro, nem meu chão ela deixou. Carrego meus restos por aí tentando me reinventar, fazer nascer dentro de mim um novo coração, eu tinha esperanças, entende? Eu pensei que se eu corresse bem depressa, a vida não ia ter tempo de me notar e então, talvez eu conseguisse parar de sofrer e chegar mais rápido até meu amor. Mas ela, sempre ela, surge quando menos espero, se exibe para mim ameaçadora. Lambe seus beiços sedentos da minha alma, ela me quer mais uma vez, ela ainda não acabou por aqui. Portanto, por favor meu Deus, por favor, não deixa não, por favor. Tenho tanto medo do que pode acontecer quando eu estiver só, tanto medo... Ela está aqui agora, eu posso sentir, está muito perto agora... Ela quer chegar perto, quer me abraçar, que me machucar de novo... Não quero mais, por favor Deus não deixa, não deixa por favor... Eu não quero mais chorar, não deixa, espanta ela daqui, por favor, por favor...
segunda-feira, 27 de maio de 2013
um eu
Você me apagou. Não estou dizendo que foi de propósito, mas hoje quando olhei de cara para o espelho, a luz tinha se apagado. Vaguei pelo dia a procura de não sei o que, mas buscava uma qualquer coisa que pudesse me fazer sentir de novo. Desconectada desse mundo convexo, eu me perdi ao tentar caminhar. Eu só queria me entupir de um tudo que pudesse ocupar esse lugar vago aqui dentro. Devorei a comida sem nem perceber seu sabor, só queria me sentir estufada desesperadamente. Não adiantou. O pior é ter que aguentar o sabor amargo da boca pois nem vomitar eu consigo. Me sinto gorda e vazia. Acho que estou deprimida, mas o que é depressão? Não sei, talvez seja apenas meu lado de dentro oco ecoando algo que não consigo traduzir. Estou tão cansada, tão cansada. mas não posso parar, a imobilidade me leva até você e não posso permitir que se aproxime mais do que o aceitável para meu espaço oco interior. Você me acusa de coisas das quais nem sou culpada, você não entendeu nada, você nunca entende. Eu poderia te acusar também, sabia? Você também errou bastante esses últimos dias. Mas eu nunca permiti que falhas inerentes ao ser humano fossem suficiente para me separar de você. Talvez eu goste de sofrer. Não deveríamos precisar convencer a pessoa do nosso amor, ela deveria apenas percebê-lo, não? Será que meu amor é quebrado? Será que meu amor quebrado e insuficiente é que foi o culpado dessa sua insegurança? Aqui, eu só senti, apenas senti o amor. Agora vou pra rua, essas quatro paredes só me acolhem se for para dormir, acordada não sou permitida aqui dentro. Vou me arrastar por afora e ir para mais uma encenação do estou bem para um mundo que só tem me feito mal. Não tem problema, eu ainda guardo outras coisas na mochila, só preciso saber onde ela está.
hoje
E na loucura de procurar por você o tempo todo, tento desesperadamente ocupar todo o meu tempo na ilusão de que assim, não pensarei, não sofrerei a falta que me faz... Droga, começou a chover, não gosto de chuva nos dias que estou triste, ela não lava minha alma nesses dias, ela me varre junto com ela para um lugar escuro e frio, e me deixa mais perdida. Antes quando eu chorava, chovia... Que inveja de ver a chuva molhar a água que já não tenho dentro de mim para deixar escorrer...
Pretendo ir para algum lugar quando sair do trabalho, talvez assistir Elena, um filme que quero muito ver. Comprar um sanduíche gorduroso e sem graça do Mc para comer durante o filme, e uma barra de chocolate de sobremesa. Mas com esse tempo, vou acabar me arrastando apenas para meu sofá, se pelo menos eu tivesse um filme novo para assistir... Nada contra os velhos, eu adoro todos, mas preciso de frescor, algo diferente, sabe?
Meu corpo não colabora comigo, ele teima em adoecer, acho que é minha alma que tenta escapar de mim.
Sabe, as pessoas me descrevem com expressões interessantes, bonitas até: "você é uma mulher única, auto suficiente, você não fica esperando, você levanta e vai atrás, vai lá e faz mesmo e pronto, e é isso que sempre admirei mais em você", "você tem a alma livre, é uma pessoa linda, um passarinho", "você preza sua liberdade de ficar um pouco dentro de você", "você não é esposinha, é a mulher mais pausuda que conheço", "você é forte, independente", "você é dominante, e quer dominar o mundo também", "você é um ser fora desse planeta, as coisas te tocam de maneira diferente, você pensa, vê, sente de maneira diferente, nem todos compreendem isso", "você nasceu para ser livre, você não consegue ficar onde se sente presa", "você é independente demais, descolada demais e isso assusta", "você é especial, é diferente da maioria das mulheres, você não se enquadra dentro de um padrão"... Eu me pergunto, se sou mesmo tudo isso, por que não consigo me enxergar assim? Ou melhor, para onde foi essa super mulher?
De todas as descrições, a que gosto mais é VOCÊ TEM A ALMA LIVRE... Porque essa sempre me disseram, essa vira e mexe, de uma forma ou de outra, alguém repete isso para mim. Eu mesma sempre afirmei que sou um espírito livre, um cavalo desses selvagens, que não nasceram para serem domados e usarem cabrestos, mas para correr livremente. Ou um pássaro com asas grandes demais para conseguir viver enjaulado. Gosto de ser um passarinho... Minha mãe sempre dizia quando tinha a impressão de estar perdendo o controle sobre mim "EU VOU CORTAR AS SUAS ASAS", várias e várias vezes ela disse isso, mas nunca cortou. Outros também tentaram, mas eu não permiti.
Agora, sem forças para voar, eu preciso voltar para mim, descansar um pouco, me perder comigo mesma. Ocupar meu tempo é só uma fuga desesperada, já quase desesperançada...
Hoje senti um frio na barriga, parece que uma pequena borboleta ficou escondida aqui, bem fraquinha, meio apagada, mas ela se recusou a me abandonar. Hoje ela deu um pequeno salto quando um vestígio seu apareceu... Pobre borboleta, esse salto não foi suficiente para lhe dar impulsos para voar...
Vou me distrair, sumir um pouco, ver caras de pessoas que não pretendo conhecer, adormecer minha mente, anestesiar mais meu corpo, esse corpo que teima em adoecer... Sim, semana passada inteira eu sofri os reflexos de tantas aflições, enjoos, dores, diarreia, vômitos, franqueza, tontura. Agora somam-se alergia, dor de cabeça e apatia. Não vou me render, vou me distrair e meu corpo também terá que esquecer.
Trabalho, almoço, cinema e chocolate, filme novo, sofá, soneca, internet, banho, rua, teatro, celular, música, violão, dor, solidão, torpor... "é vital para algumas espécies realizar o torpor para aguentar baixas temperaturas e guardar energias por longos períodos sem alimento..." É isso, vou continuar a realizar o torpor nesse período que terei que aguentar ficar sem você...
Pretendo ir para algum lugar quando sair do trabalho, talvez assistir Elena, um filme que quero muito ver. Comprar um sanduíche gorduroso e sem graça do Mc para comer durante o filme, e uma barra de chocolate de sobremesa. Mas com esse tempo, vou acabar me arrastando apenas para meu sofá, se pelo menos eu tivesse um filme novo para assistir... Nada contra os velhos, eu adoro todos, mas preciso de frescor, algo diferente, sabe?
Meu corpo não colabora comigo, ele teima em adoecer, acho que é minha alma que tenta escapar de mim.
Sabe, as pessoas me descrevem com expressões interessantes, bonitas até: "você é uma mulher única, auto suficiente, você não fica esperando, você levanta e vai atrás, vai lá e faz mesmo e pronto, e é isso que sempre admirei mais em você", "você tem a alma livre, é uma pessoa linda, um passarinho", "você preza sua liberdade de ficar um pouco dentro de você", "você não é esposinha, é a mulher mais pausuda que conheço", "você é forte, independente", "você é dominante, e quer dominar o mundo também", "você é um ser fora desse planeta, as coisas te tocam de maneira diferente, você pensa, vê, sente de maneira diferente, nem todos compreendem isso", "você nasceu para ser livre, você não consegue ficar onde se sente presa", "você é independente demais, descolada demais e isso assusta", "você é especial, é diferente da maioria das mulheres, você não se enquadra dentro de um padrão"... Eu me pergunto, se sou mesmo tudo isso, por que não consigo me enxergar assim? Ou melhor, para onde foi essa super mulher?
De todas as descrições, a que gosto mais é VOCÊ TEM A ALMA LIVRE... Porque essa sempre me disseram, essa vira e mexe, de uma forma ou de outra, alguém repete isso para mim. Eu mesma sempre afirmei que sou um espírito livre, um cavalo desses selvagens, que não nasceram para serem domados e usarem cabrestos, mas para correr livremente. Ou um pássaro com asas grandes demais para conseguir viver enjaulado. Gosto de ser um passarinho... Minha mãe sempre dizia quando tinha a impressão de estar perdendo o controle sobre mim "EU VOU CORTAR AS SUAS ASAS", várias e várias vezes ela disse isso, mas nunca cortou. Outros também tentaram, mas eu não permiti.
Agora, sem forças para voar, eu preciso voltar para mim, descansar um pouco, me perder comigo mesma. Ocupar meu tempo é só uma fuga desesperada, já quase desesperançada...
Hoje senti um frio na barriga, parece que uma pequena borboleta ficou escondida aqui, bem fraquinha, meio apagada, mas ela se recusou a me abandonar. Hoje ela deu um pequeno salto quando um vestígio seu apareceu... Pobre borboleta, esse salto não foi suficiente para lhe dar impulsos para voar...
Vou me distrair, sumir um pouco, ver caras de pessoas que não pretendo conhecer, adormecer minha mente, anestesiar mais meu corpo, esse corpo que teima em adoecer... Sim, semana passada inteira eu sofri os reflexos de tantas aflições, enjoos, dores, diarreia, vômitos, franqueza, tontura. Agora somam-se alergia, dor de cabeça e apatia. Não vou me render, vou me distrair e meu corpo também terá que esquecer.
Trabalho, almoço, cinema e chocolate, filme novo, sofá, soneca, internet, banho, rua, teatro, celular, música, violão, dor, solidão, torpor... "é vital para algumas espécies realizar o torpor para aguentar baixas temperaturas e guardar energias por longos períodos sem alimento..." É isso, vou continuar a realizar o torpor nesse período que terei que aguentar ficar sem você...
Vida/tempo
E na falta de palavras próprias, empresto outras que me tocam de alguma forma...
"...quem anda me comendo é o tempo. Na verdade, faz tempo, mas eu escondia. Porque ele me pegava à força, e por trás. Um dia resolvi encará-lo de frente e disse: TEMPO, SE VOCÊ TEM QUE ME COMER, QUE SEJA COM O MEU CONSENTIMENTO. E ME OLHANDO NOS OLHOS."
Vida/tempo - Viviane Mosé
Quem tem olhos pra ver o tempo?
Soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele
Soprando sulcos?
O tempo andou riscando meu rosto
Com uma navalha fina.
Sem raiva nem rancor
O tempo riscou meu rosto com calma.
Eu parei de lutar contra o tempo. Ando exercendo instante.
Acho que ganhei presença.
Acho que a vida anda passando a mão em mim. Acho que a vida anda passando.
Acho que a vida anda. Em mim a vida anda. Acho que há vida em mim. A vida em mim anda passando. Acho que a vida anda passando a mão em mim
Por falar em sexo quem anda me comendo
É o tempo. Na verdade faz tempo, mas eu escondia
Porque ele me pegava à força, e por trás.
Um dia resolvi encará-lo de frente e disse: Tempo, se você tem que me comer Que seja com o meu consentimento. E me olhando nos olhos. Acho que ganhei o tempo. De lá pra cá ele tem sido bom comigo. Dizem que ando até remoçando
"...quem anda me comendo é o tempo. Na verdade, faz tempo, mas eu escondia. Porque ele me pegava à força, e por trás. Um dia resolvi encará-lo de frente e disse: TEMPO, SE VOCÊ TEM QUE ME COMER, QUE SEJA COM O MEU CONSENTIMENTO. E ME OLHANDO NOS OLHOS."
e não sobrou nada...
Eu não consigo mais falar... Não sei porque, mas por aqui, tudo cessou. Repito, por aqui não sobrou nada... As palavras sumiram, eu tento, tento, tento, mas não aparece nada. Nem pensar sequer eu consigo. Calaram a minha voz. Roubaram o meu sorriso. Arrancaram de mim o chão, as pernas, o andar, o caminho... Ah meu Deus, me ajuda a seguir em frente? Eu olho para os lados mas nem encontro saídas para fugir. Não restou um só pensamento na minha caixola agitada, daria muito por um fio de pensamento, só um...
A sensação, é que me abriram os braços e pernas, nua, de peito aberto, e então começaram a arrancar minha pele, centímetro por centímetro. Arrancaram a unha minha camada de proteção, e eu nem consegui chorar, pois até isso me tiraram, até as lágrimas foram sugadas para um universo onde não consigo alcançar. Varreram meus pensamentos para o infinito, calaram a minha voz, me tomaram o chão e a vontade de correr. Por último, levei uma porrada, forte, rápida, única, certeira, bem no peito, bem em cima do meu coração e eu sangrei... Sangrei enquanto meu coração partia em pedaços, sangrei enquanto ele se espalhava pelos cantos escuros da casa, sangrei e o sangue escorria pelo meu corpo, e queimava, e marcava, e ardia, e sangrava... E depois, me soltaram, me lançaram em um poço escuro, ou será que é apenas falta de luz? E eu não consegui me mexer. Acho que o tempo parou... e não sobrou nada. Estou oca, oca. Por aqui não sobrou nada... nada... e não sobrou nada...
A sensação, é que me abriram os braços e pernas, nua, de peito aberto, e então começaram a arrancar minha pele, centímetro por centímetro. Arrancaram a unha minha camada de proteção, e eu nem consegui chorar, pois até isso me tiraram, até as lágrimas foram sugadas para um universo onde não consigo alcançar. Varreram meus pensamentos para o infinito, calaram a minha voz, me tomaram o chão e a vontade de correr. Por último, levei uma porrada, forte, rápida, única, certeira, bem no peito, bem em cima do meu coração e eu sangrei... Sangrei enquanto meu coração partia em pedaços, sangrei enquanto ele se espalhava pelos cantos escuros da casa, sangrei e o sangue escorria pelo meu corpo, e queimava, e marcava, e ardia, e sangrava... E depois, me soltaram, me lançaram em um poço escuro, ou será que é apenas falta de luz? E eu não consegui me mexer. Acho que o tempo parou... e não sobrou nada. Estou oca, oca. Por aqui não sobrou nada... nada... e não sobrou nada...
domingo, 26 de maio de 2013
DEIXE-ME VOAR
Senhor, por que quer tanto me prender aqui?
Não percebe que se tenho asas, é para voar?
Por favor, senhor, não tente me prender senão meu coração vai recuar.
Quando criança mamãe dizia que me cortariam as asas se não me comportasse.
Quando jovem a vida me mostrou que os caminhos são estreitos e que existe um limite no céu.
Agora mais madura, sinto as asas me incomodarem. Cansadas de se encaixarem nos moldes, feridas de tanto se esconderem, minhas asas pedem insistentemente para se abrirem e voar. Então deixei. Então voei. E foi bom. Foi maravilhoso alcançar voo e conhecer novos mundos, novas paixões, novas alegrias. E foi esse voo alto que me levou até você senhor, dono do meu coração.
Não percebe que se tenho asas, é para voar?
Por favor, senhor, não tente me prender senão meu coração vai recuar.
Me mostrou uma luz brilhante, me guiou por lugares fantásticos, me fez conhecer sensações maravilhosas, me apresentou um mundo infindável.
Tudo era tão bom quando estava com você! O que aconteceu senhor? Por que essa vontade de me prender?
Descobri que suas asas são maiores que as minhas, mas não servem para voar, servem apenas para guardar coisas que para você tem valor, coisas que você acredita serem suas, coisas que nem sempre são apenas coisas, e sim algo significativo.
Mas eu te seguiria para qualquer lugar... Te seguiria para qualquer lugar se me deixasse ser assim, como sou...
Senhor, por que quer tanto me prender aqui?
Não percebe que se tenho asas, é para voar?
Por favor, senhor, não tente me prender senão meu coração vai recuar.
Mas como uma coisa velha em um baú, protegido dos olhos do resto do mundo, resolveu me guardar. Como moedas dentro de um cofre, perdidas em um mundo escuro, resolveu me poupar. Como um segredo em um diário, em meio a tantos desabafos, resolveu me encerrar.
Minhas asas ficaram apertadas novamente senhor, sufocadas pelas suas elas não conseguem mais bater. A luz brilhante que me mostrou, agora me cega e não consigo encontrar outros caminhos. Os lugares fantásticos agora se tornaram monótonos e repetitivos. As sensações maravilhosas entorpeceram meu corpo. O mundo então se fechou em uma gaiola dourada, muito bonita por fora, mas que me deixou enjaulada.
Senhor, por que quer tanto me prender aqui?
Não percebe que se tenho asas, é para voar?
Por favor senhor, não tente me prender senão meu coração vai recuar...
E recuou.
Eu não existo sem você
Eu não existo sem você - Vinícius de Moraes
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=n6nFjTlLhTY#!
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=n6nFjTlLhTY#!
Folha em branco
Dizem, que se você contar uma mentira mil vezes, ela se torna verdade. Falei tantas vezes para mim que eu deveria ser forte para que ninguém precisasse se preocupar comigo, que acho que comecei a acreditar. Repeti tantas vezes que eu deveria ser forte pois estou sozinha e não posso recorrer as outras pessoas, que acho que comecei a acreditar. Me disseram tantas vezes VOCÊ É FORTE, que acho que comecei a acreditar. De tanto falar e ouvir, acho que realmente sou forte. Vesti tantas armaduras de proteção, tantas máscaras felizes para esconder a dor, que agora, acho que comecei a acreditar, eu sou mesmo forte. Tanta pancada, tantos ferimentos, tantas lágrimas, mil tombos, mil obstáculos, sempre caindo, sempre sendo empurrada. sempre tendo que lutar, sempre tendo que começar mais uma vez, sempre escalando, correndo, nadando, sempre em frente, sempre. Eu ainda estou aqui, firme e forte.
Dessa vez estou sem pernas, sem força nos braços, sem voz, sem chão, sem coração, sem pensamentos, sem palavras, não restou nada, me transformaram num cotoquinho de gente, um restinho do que um dia fui, e quer saber? Ainda estou aqui. E mesmo não restando quase nada, o principal ainda permanece, meio escondido, temendo ser apanhado e levado para longe, mais ainda está aqui minha capacidade de sorrir. Eu ainda consigo dar um riso fácil, com os lábios arreganhados, dar uma gargalhada alta e ridícula, rir tanto que a barriga dói e perco o ar, lágrimas saltam os olhos seguidas de um AI AI... Graças a isso, eu sei que tenho esperanças. Talvez seja fácil mesmo não conseguir sentir mais as coisas, estar adormecida para o mundo, assim,, meio gente e meio zumbi, quem sabe eu consiga me reencontrar, me reinventar, começar de novo, do zero, uma folha em branco talvez?
Agora é hora de limpar a casa de verdade, nada de sujeira embaixo do tapete, agora é hora de jogar todo o lixo para fora. Me livras das coisas velhas e quebradas, acabar com as rachaduras, passar uma mão de tinta nas partes descamadas, deixar o ar puro novamente. Começar de novo. Sim, começar de novo.
Hoje, pelo menos hoje, eu acredito que posso seguir em frente, eu sou forte, essa mentira contada tantas vezes vai ter que ser real, ela vai ter que se tornar verdadeira. Eu vou ser forte, eu sou forte. Eu acredito nisso, tenho que acreditar.
Eu não vou juntar os cacos, quero um coração novinho em folha. Não quero ser mais uma dessas pessoas que andam marcadas pela vida, se poupando, se segurando, se protegendo, se limitando. Eu sempre quis mais do que isso, sempre fui mais do que isso. Eu quero abrir minhas asas bem abertas e esticadas, quero andar com o peito bem aberto e exposto para quem quiser ver, quer me jogar sem me preocupar com o lugar que irei cair. Eu não nasci para ter uma vida pela metade, afinal, se só temos uma vida, para que ter medo de viver? Não, isso não é para mim não. Eu vou encontrar um coração novo, eu vou me tornar uma folha em branco, limpa, lisa, sem marcas, sem rachaduras, sem remendos, sem cicatrizes.
Eu vou começar do zero, eu vou me reinventar. Eu vou ser feliz, de um jeito, ou de outro.
Dessa vez estou sem pernas, sem força nos braços, sem voz, sem chão, sem coração, sem pensamentos, sem palavras, não restou nada, me transformaram num cotoquinho de gente, um restinho do que um dia fui, e quer saber? Ainda estou aqui. E mesmo não restando quase nada, o principal ainda permanece, meio escondido, temendo ser apanhado e levado para longe, mais ainda está aqui minha capacidade de sorrir. Eu ainda consigo dar um riso fácil, com os lábios arreganhados, dar uma gargalhada alta e ridícula, rir tanto que a barriga dói e perco o ar, lágrimas saltam os olhos seguidas de um AI AI... Graças a isso, eu sei que tenho esperanças. Talvez seja fácil mesmo não conseguir sentir mais as coisas, estar adormecida para o mundo, assim,, meio gente e meio zumbi, quem sabe eu consiga me reencontrar, me reinventar, começar de novo, do zero, uma folha em branco talvez?
Agora é hora de limpar a casa de verdade, nada de sujeira embaixo do tapete, agora é hora de jogar todo o lixo para fora. Me livras das coisas velhas e quebradas, acabar com as rachaduras, passar uma mão de tinta nas partes descamadas, deixar o ar puro novamente. Começar de novo. Sim, começar de novo.
Hoje, pelo menos hoje, eu acredito que posso seguir em frente, eu sou forte, essa mentira contada tantas vezes vai ter que ser real, ela vai ter que se tornar verdadeira. Eu vou ser forte, eu sou forte. Eu acredito nisso, tenho que acreditar.
Eu não vou juntar os cacos, quero um coração novinho em folha. Não quero ser mais uma dessas pessoas que andam marcadas pela vida, se poupando, se segurando, se protegendo, se limitando. Eu sempre quis mais do que isso, sempre fui mais do que isso. Eu quero abrir minhas asas bem abertas e esticadas, quero andar com o peito bem aberto e exposto para quem quiser ver, quer me jogar sem me preocupar com o lugar que irei cair. Eu não nasci para ter uma vida pela metade, afinal, se só temos uma vida, para que ter medo de viver? Não, isso não é para mim não. Eu vou encontrar um coração novo, eu vou me tornar uma folha em branco, limpa, lisa, sem marcas, sem rachaduras, sem remendos, sem cicatrizes.
Eu vou começar do zero, eu vou me reinventar. Eu vou ser feliz, de um jeito, ou de outro.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
nada
Arrancaram o chão que existia embaixo dos meus pés e agora eu não tenho onde pisar.
Estou caída em algum lugar, e não tenho onde segurar para me levantar. Nem tenho forças para me agarrar em qualquer coisa, eu mal consigo me mexer, eu mal consigo respirar. Pra ser bem sincera, nem consigo pensar em nada. Tudo que sinto é dor, um buraco cada vez maior invade meu corpo e não tenho como controlá-lo, na verdade, eu não tenho força nenhuma. Eu não tenho nada, sou um buraco grande e cheio de nada. Um vazio caído no meio do nada. Um resto de qualquer coisa que ninguém quer. Transito entre a máscara e o nada. A máscara eu uso em frente as pessoas, para trabalhar, para estudar, para fingir que minha vida segue normalmente. Mas quando finalmente posso parar de fingir, eu volto para meu nada, meu imenso nada imerso em um mundo de lágrimas. Me sinto tão só... Nem o meu eu está mais por aqui. Não tenho mais coração, ele se partiu em tantos pedaços mínimos que acho que nunca vou conseguir restaurá-lo completamente. Fiquei oca. Caída, sem forças e oca. Virei um nada. Um zumbi com lágrimas.
Dessa vez a porrada foi forte demais. Eu sempre levantei, sempre continuei, mas dessa vez... alguém me ajuda por favor? Preciso que alguém me pegue no colo pois não consigo estender minhas mãos, me carregue para longe da dor, porque não tenho chão para pisar. Chega disso...não consigo mais, nem escrever consigo mais, a dor está tomando conta dos meus dedos, isso é realmente paralisante... merda
Estou caída em algum lugar, e não tenho onde segurar para me levantar. Nem tenho forças para me agarrar em qualquer coisa, eu mal consigo me mexer, eu mal consigo respirar. Pra ser bem sincera, nem consigo pensar em nada. Tudo que sinto é dor, um buraco cada vez maior invade meu corpo e não tenho como controlá-lo, na verdade, eu não tenho força nenhuma. Eu não tenho nada, sou um buraco grande e cheio de nada. Um vazio caído no meio do nada. Um resto de qualquer coisa que ninguém quer. Transito entre a máscara e o nada. A máscara eu uso em frente as pessoas, para trabalhar, para estudar, para fingir que minha vida segue normalmente. Mas quando finalmente posso parar de fingir, eu volto para meu nada, meu imenso nada imerso em um mundo de lágrimas. Me sinto tão só... Nem o meu eu está mais por aqui. Não tenho mais coração, ele se partiu em tantos pedaços mínimos que acho que nunca vou conseguir restaurá-lo completamente. Fiquei oca. Caída, sem forças e oca. Virei um nada. Um zumbi com lágrimas.
Dessa vez a porrada foi forte demais. Eu sempre levantei, sempre continuei, mas dessa vez... alguém me ajuda por favor? Preciso que alguém me pegue no colo pois não consigo estender minhas mãos, me carregue para longe da dor, porque não tenho chão para pisar. Chega disso...não consigo mais, nem escrever consigo mais, a dor está tomando conta dos meus dedos, isso é realmente paralisante... merda
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Ei garoto
Ei garoto, você mesmo, é, estou falando com você, isso, vem cá, deixa eu te pedir uma coisa: se afasta de mim. Isso mesmo que você ouviu, se afasta! Eu sou contagiosa. Eu sei que pareço ter um brilho diferente de todos os outros que você já viu. A princípio, até eu me deixo enganar pelo meu jeito luminoso de ser. Mas não se deixe iludir, eu sou perigosa. Tenho um sorriso doce de quem ama a vida, um olhar terno de pessoa sonhadora, um discurso inspirador bem ensaiado, uma força típica de uma Joana D'arc. Mas por favor menino, não se deixe ludibriar por nada disso. Vou te contar um segredo: eu só quero te proteger. Não escute meu encantador canto da sereia, pois como elas, posso te afogar no meu universo da onde nunca poderá sair. Fuja enquanto é tempo, corra para bem longe onde meus poderes não podem te alcançar. Eu sou tóxica, acredite. Apesar da minha armadura bela e polida, por baixo escondo um mundo de inseguranças e incertezas, dúvidas que me fazem agir sem pensar e na maioria das vezes, eu erro. Posso ser muito sedutora mesmo sem querer e você vai se confundir, vai achar que também desejo você, vai achar que também correspondo ao seu afeto, mas não se engane, estou fechada para tudo que possa significar uma mudança no meu atual mundo. Não quero nada que interfira no meu sentir agora. Então vá, se não acredita, basta procurar que encontrará outros pelo caminho que se deixaram levar por mim, que se afundaram no meu eu e jamais conseguiram esquecer. Aproveita que não provou o sabor dos meus beijos, que não sentiu o calor da minha pele, que não se perdeu nas curvas do meu corpo, fuja já, para longe, sem olhar para trás, sem pensar, sem questionar. Ainda existe ombridade no meu lado consciente e piedoso, que gosta realmente de você e por isso não quer te ver sofrer, é esse lado que está dando o alerta. Porque o outro, é impulsivo demais e indomável, não consegue se acorrentar, ele toca tudo que vê, envolve tudo que toca, devora tudo que envolve, e depois abandona tudo que um dia devorou. Ainda há tempo para você, vira a próxima curva e siga em frente, me esqueça, fuja, se afasta, antes que seja tarde demais.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Tem um vazio por aqui
Não tem jeito, o vazio aqui dentro é grande demais, preenche demais todo a casa, ocupa demais o meu corpo.
Está tudo bem aparentemente. Nós nos amamos e esse amor deveria bastar. Mas não basta. Ele ainda perde espaço para a saudade, ela ainda cede lugar ao vazio e antes que eu perceba a tristeza chega de mansinho e toma tudo.
Eu posso e sou feliz sozinha, não tenho dúvidas quanto a isso, só que tendo ele ao meu lado, as coisas tem um gostinho especial, e é desse gostinho que sinto falta quando o vazio se instala e aquela dorzinha familiar volta a latejar por aqui...
Está tudo bem aparentemente. Nós nos amamos e esse amor deveria bastar. Mas não basta. Ele ainda perde espaço para a saudade, ela ainda cede lugar ao vazio e antes que eu perceba a tristeza chega de mansinho e toma tudo.
Eu posso e sou feliz sozinha, não tenho dúvidas quanto a isso, só que tendo ele ao meu lado, as coisas tem um gostinho especial, e é desse gostinho que sinto falta quando o vazio se instala e aquela dorzinha familiar volta a latejar por aqui...
sábado, 11 de maio de 2013
hummm
hummm... cansada de ficar adormecida para não sentir as mil feridas que percorrem meu corpo... cansada muito cansada de viver cansada por não poder viver de verdade, já que a verdade dói demais para encará-la de frente. Eu só queria poder respirar aliviada, mesmo com o ar contaminado, respirar devagar e bem fundo, intoxicando todo o meu ser intoxicado, até que as impurezas rejeitem meu corpo e finalmente me deixem livre para sentir. Não gosto de percepções alteradas pelo medo de uma realidade depressiva, prefiro o sabor amargo das palavras frias, do que o doce caloroso das ilusões. Eu só queria voltar à sensações reais, essa anestesia toda me dá no saco!
quinta-feira, 9 de maio de 2013
sem palavras
Ando sem palavras... De tanto me esvaziar, algo me calou. Ainda estou cheia de sentimentos contraditórios, mas perdi a voz, de alguma maneira perdi a forma de me expressar.
Estou com medo...
Estou com medo...
terça-feira, 7 de maio de 2013
CORRA
Vá, corra, só mais um pouco, corra. Estica bem esses passos que devem ser bem maiores do que sua perna. Estica, corra, se apresse. Não pare um segundo nem para respirar, porque respirar pode trazer àquilo de que estamos fugindo, então anda, corra, não pare, não pare que o pensamento vem. Só mais um pouco, só mais algumas horas, só mais alguns dias, só mais alguns anos. Mas não pare, não desista, não olhe para trás. Isso, sua velocidade está aumentando, você está pegando o jeito, agora é só continuar, em frente, sempre em frente. Não dê atenção para as curvas do caminho, elas só querem distrair você. Ignore todos esses atalhos porque eles te farão se perder. Vá fundo e vá sem medo, se joga de cabeça nessa estrada sem arrependimentos. Vá, corra, continue, não pare, anda não pare, só mais um pouco, não pare. Por que está desacelerando? Corra, vá para frente. Esqueça todo o resto, isso não importa mais, apenas continue. Você está perdendo o foco, e a imagem que lhe dá vertigem? Engula seu enjoo matinal e siga em frente, aaaaaanddaaaaa, siga em frente, em frente. Se você parar irá cair, portanto continue, sem fôlego, sem forças, sem pernas, mas continue, continue. De que adianta lembrar do que não volta? Para que perder tempo com o que passou? Foi bom, mas agora é hora de seguir em frente, então lava essa cara marcada de sal e corra, corra o mais rápido que pude, corra o lugar mais longe possível, não se deixe prender, arranque as raízes que ainda estão aqui. Corra, acelere novamente, anda! Você vai cair, vai se machucar se ficar para trás, vai quebra a cara, o coração. A vida não irá esperar por você, volte para a estrada, AGORA! Por que você parou? NÃO PARE! NÃO PARE! NÃO PARE! Eu não vou desistir de você, portanto não desista também! Corra, corra, corra, corra, corra, corra para bem longe, corra. Se liberta, deixe-se voar, lembra como eram bons os dias de voo? Então, alcance a liberdade novamente, viva a liberdade novamente. Se apresse, seu tempo está acabando, corra agora, corra, corra, COOORRRRAAAAAAAA.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Você consegue ouvir? .....................................................................
............ o silêncio........... nenhum passo apressado, nenhuma estrada a frente, nada.........apenas o silêncio...
A corrida me trouxe de volta à mim, mas não tenho nada para dar à você. Só esses braços cansados, essas pernas doloridas, esse resto de coração, minha alma marcada, meu olhar perdido... Vai me querer assim? Aceita esse rascunho que sobrou de mim? Essa que ainda possui um vestígio do que fui? Você me leva para casa com você? Vai cuidar do meu eu despedaçado? Porque se você disser que sim, se você disser que aguenta, se você disser que pode, eu vou com você. Não preciso nem saber para onde, mas eu vou......................Mas não agora................ Estou tão cansada........ Agora estou tão cansada...............................................cansada .......................................................cansada................. Então vá na frente que eu já vou...já vou... estou bem atrás de você...corra, eu te alcanço, corra...corra para bem longe, corra...porra...corra...corra...porra...corra...corra.....porra...corra...corra...porra...corra...corra..... .porra... corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra.. .porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......porra...corra...corra...porra...corra...corra......MORRA...
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Overdose
Já decidi, vou ter uma overdose de você! Eu não sei bem porque, mas desconfio que se eu te tomar até a última gota, estarei saciando meu desejo a tal ponto que não sobrará mais espaço para te querer. Vou reviver nossos momentos juntos, vou chorar todas as mágoas de uma vez, vou gritar para o mundo um milhão de vezes meu amor por ti. Vou sucumbir à esse desejo que tanto me mata a cada dia de ausência sua e me afogar na sua presença repentina que de tão rara, quase chega a ser um sonho.
Estou intoxicada pelo uso exacerbado de você... Preciso me recuperar, mas antes necessito morrer nesse amor. Cada parte do meu corpo está impregnada com tudo que vem de ti, com seu aroma, com seu sabor, com as marcas dos seus carinhos. Já tomei mil banhos com bucha de aço e não consegui te apagar de mim. Portanto vou me afundar mais nesses sentidos que te trazem a tona até que não sobre nenhuma parte em branco, até que eu definhe e só fique o que veio da sua direção.
Eliminei todos os meus anti corpos que combatiam o amor quando entrou na minha vida e agora sofro com o mal que me causou, talvez fosse melhor ter me mantido protegida, talvez amar pela metade me garantisse uma volta à realidade solitária mais facilmente. Quem sabe manter alguns tijolos no meu muro antes intacto tivessem impedido a sua invasão no meu cotidiano.
Mas não fiz nada disso, me abri, me entreguei, me joguei de cabeça e caí de cara no chão. Quebrei todos os ossos, sangrei o meu sorriso com lábios abertos e mesmo assim olhei para os lados a sua procura quando consegui me levantar. Lágrimas não foram o suficiente, sangrar também não, eu preciso morrer em você para começar do zero.
Eu quero me expor excessivamente à você, nua de defesas, limpa da podridão, inteira em minha essência. E depois do último sopro de vida, vou me lavar e deixar que junto com a água vá embora todos os restos manchados do nosso amor, todas as marcas, lágrimas, sorrisos e sabores. Irei me reabilitar para uma vida além de você. Sofrerei com as crises de abstinência e tremerei ao segurar o telefone reprimindo a vontade de te ligar. Me trancarei no quarto e jogarei a chave pela janela para não abrir a porta para você. Te bloquearei da minha vida para que nenhum contato possa existir entre nós. Ficarei acordada se sonhar com você, e dormirei a base de remédios se estar desperta for doloroso demais. Me entorpecerei com outras drogas nas noites frias, beijarei outras bocas nos momentos de solidão, correrei longas distâncias se te avistar na esquina, tudo para eliminar qualquer vestígios seu.
E um dia, sem perceber, estarei limpa. Estarei sóbria desse amor. E quando me perguntarem o que fiz de você, responderei que apenas te bebi até o último gole, saboreei a última saliva que lembrava você e a cuspi no chão, só pra ter certeza de que o gosto doce que um dia existiu ali, se foi de vez.
Estou intoxicada pelo uso exacerbado de você... Preciso me recuperar, mas antes necessito morrer nesse amor. Cada parte do meu corpo está impregnada com tudo que vem de ti, com seu aroma, com seu sabor, com as marcas dos seus carinhos. Já tomei mil banhos com bucha de aço e não consegui te apagar de mim. Portanto vou me afundar mais nesses sentidos que te trazem a tona até que não sobre nenhuma parte em branco, até que eu definhe e só fique o que veio da sua direção.
Eliminei todos os meus anti corpos que combatiam o amor quando entrou na minha vida e agora sofro com o mal que me causou, talvez fosse melhor ter me mantido protegida, talvez amar pela metade me garantisse uma volta à realidade solitária mais facilmente. Quem sabe manter alguns tijolos no meu muro antes intacto tivessem impedido a sua invasão no meu cotidiano.
Mas não fiz nada disso, me abri, me entreguei, me joguei de cabeça e caí de cara no chão. Quebrei todos os ossos, sangrei o meu sorriso com lábios abertos e mesmo assim olhei para os lados a sua procura quando consegui me levantar. Lágrimas não foram o suficiente, sangrar também não, eu preciso morrer em você para começar do zero.
Eu quero me expor excessivamente à você, nua de defesas, limpa da podridão, inteira em minha essência. E depois do último sopro de vida, vou me lavar e deixar que junto com a água vá embora todos os restos manchados do nosso amor, todas as marcas, lágrimas, sorrisos e sabores. Irei me reabilitar para uma vida além de você. Sofrerei com as crises de abstinência e tremerei ao segurar o telefone reprimindo a vontade de te ligar. Me trancarei no quarto e jogarei a chave pela janela para não abrir a porta para você. Te bloquearei da minha vida para que nenhum contato possa existir entre nós. Ficarei acordada se sonhar com você, e dormirei a base de remédios se estar desperta for doloroso demais. Me entorpecerei com outras drogas nas noites frias, beijarei outras bocas nos momentos de solidão, correrei longas distâncias se te avistar na esquina, tudo para eliminar qualquer vestígios seu.
E um dia, sem perceber, estarei limpa. Estarei sóbria desse amor. E quando me perguntarem o que fiz de você, responderei que apenas te bebi até o último gole, saboreei a última saliva que lembrava você e a cuspi no chão, só pra ter certeza de que o gosto doce que um dia existiu ali, se foi de vez.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Como Cabíria conseguiu?
Eu nem tenho sono, mas é melhor dormir, estar acordado é difícil demais. Vou fechar os olhos e apagar o mundo pelas próximas três horas, que é o tempo que tenho até ter que voltar à minha encenação diária _ SORRIR e FICAR BEM.
Como Cabíria conseguiu?
Engraçado como fico mais anestesiada acordada do que dormindo! De alguma forma os pensamentos passam pela minha mente, alguns passam por um filtro recém instalado que bloqueiam você e liberam o resto. Esse filtro é muito eficaz, ele também bloqueia a dor, a saudade, o desejo, as lembranças... Infelizmente ele só funciona quando estou ligada, pois quando entro no modo off, você invade meu corpo como todas as forças e não tenho armas para ir contra isso, o pior é que você carrega também os desejos de planos futuros que foram feitos para ser tão felizes...
Como Cabíria conseguiu?
Não dá para ficar acordada, não dá parar dormir, o que me resta? Alguém aí tem um par de olhos sobrando para que possa ver o mundo sob a perspectiva de outra pessoa? Ou ouvidos diferentes para não escutar as palavras doces? Alguém me empresta um sorriso sincero, porque o meu de tanto usá-lo forçadamente está ficando gasto, raso, falso...
Como Cabíria conseguiu?
Vou correr para o colo dos amigos, mas ei, eles também não me deixam sofrer, sorriso modo on em 3,2,1...
Vou me esconder no meu lar natal, ficar com a família, mas ei, eles não sabiam que você existia, então não podem saber que sofro por você, sorriso modo on em 3,2,1...
Vou me refugiar no meu mundo particular, enfiar a cabeça nos livros, focar na minha carreira, traçar novas metas, a distração mental talvez apague meu cérebro. Vou me matar na academia, manter minha agenda ocupada, me acaber de dançar nas baladas, exaustão física talvez canse também meu coração.
Como Cabíria conseguiu?
E de tanto procurar formas para te anular da minha vida, eu só encontro formas de voltar para você... A meta te esquecer ficou desafiadora demais e todos os meus dias se tornam um resumo de você, lembrar de você, apagar a lembrança, pensar em você, espantar o pensamento, sentir falta de você, sufocar o desejo, amar você, matar o sentimento, chorar por você, sorrir por você... E de você em você, vou me apagando, vou me anulando, até esgotar o você que existe dentro de mim, e então vou nascer renovada para uma nova vida e como Cabíria sorrir de verdade mais uma vez, ao ver algo feliz passar. Como Cabíria conseguiu?
E eu nem tenho sono, mas é melhor dormir, estar acordado ainda é difícil demais...
Como Cabíria conseguiu?
A Estrela que se apaixonou pelo Sol
Em meio há milhões de estrelas do céu, existia uma um pouco diferente. Enquanto todas as estrelas iam dormir, essa estrela ia dançar. Enquanto as outras planejavam seu rumo, essa preferia sonhar. Enquanto a maioria se contentava com seu lugar no céu, essa queria percorrer todo o espaço. Ela não se importava quando as outras a olhavam torto por sorrir abertamente, falar alegremente e viver intensamente, afinal, quem disse que ser recatada é o correto?
Então, a estrela assumiu sua postura de louquinha e partiu, foi passear pelo céu e buscar àquilo que ela não conhecia, mas sabia que existia. E ela andou, correu, voou, e quando todas as estrelas já haviam se deitado e a escuridão trocado seu lugar pela luz, essa estrela viu, lá longe, uma luz incandescente, que nascia no horizonte e irradiava energia e calor por toda a parte. Se agarrou à nuvem mais próxima e observou esse astro crescer e se levantar tomando todo o céu. Curiosa ela perguntou para a nuvem "QUEM É AQUELE?", a nuvem prontamente respondeu "MAS COMO, VOCÊ NÃO CONHECE O SOL? COMO NÃO SABE QUEM ELE É?", e a estrela timidamente respondeu "É QUE PASSEI TANTO TEMPO VIAJANDO PELO ESPAÇO, QUE FICAVA CANSADA DEMAIS PARA ESPERAR O DIA NASCER". E ela ficou ali, de longe, olhando para o sol. Aos poucos ela foi se iluminando, o calor do sol foi envolvendo todo seu corpo e sem perceber, ela estava mais próxima dele do que pretendia. Mas ela não queria se afastar, já estava envolvida demais para se esconder atrás de outra nuvem. Se encontraram, se olharam, se iluminaram. O sol um pouco espantando com aquela aparição repentina, logo se interessou por aquele pequeno astro dotado de luz própria. Percebeu que havia muita vida naquela estrela e a forma como mesmo tão pequenina, ela conseguia fazer vibrar todo seu ser. Ela se aproximava cada vez mais sem medo de se queimar, e ele a recebia e envolvia com todo o seu calor. Se apaixonaram. A estrela que que nunca tinha esperado o dia nascer, e o sol tão cheio de si, se apaixonaram, riram, dançaram, se divertiram, sonharam, se amaram...
A nuvem que tudo observou durante o dia, veio buscar a estrela "JÁ É HORA DE BRILHAR, NÃO LEMBRA?", e a estrela confusa "MAS EU JÁ ESTOU BRILHANDO", e a nuvem insistente "NÃO, NÃO ESTÁ. VOCÊ ESTÁ ILUMINADA PELO RAIO DO SOL, ASSIM NINGUÉM CONSEGUE TE VER. ESTÁ NO HORA DE VOLTAR A ILUMINAR POR CONTA PRÓPRIA, A NOITE NÃO PERTENCE A ELE, SÓ A VOCÊ". Era hora de separar, a estrela não entendia, ela queria continuar ali, tão aquecida e o sol queria ter raios mais longos para aquecê-la em qualquer lugar, mas a noite não permitia, a noite chegou tão escura e vazia, mandando o sol se esconder e a estrela ir brilhar em outro lugar.
Estava pulsando, algo na estrela estava pulsando muito forte, será que aquele amor já era tão forte assim? A estrela percorreu a noite deixando um resto de brilho por onde passava, ela não queria iluminar sozinha, seu brilho era muito mais intenso ao lado do sol, como a noite não enxergava isso? As outras estrelas fofocavam, diziam que estava mais louca do que nunca, que o sol não fora feito para ela. E a estrela ansiosa, só sabia esperar o dia nascer para reencontrar o seu amor... Mas a noite não deixou, juntou nuvens e as escureceu, tampou o sol com elas e mesmo com o dia, a escuridão se manteve, uma forte tempestade tomou todo lugar e raios e relâmpagos eram os únicos a iluminar o céu. O vento soprou frio e a estrela não teve outro jeito senão também se esconder. Todos diziam, gritavam, brigavam "ELE NÃO É PARA VOCÊ, ELE BRILHA DE DIA, VOCÊ A NOITE, VOCÊS NÃO SÃO IGUAIS, SÃO MUITO DIFERENTES PARA FICAREM JUNTOS, AFASTE-SE, ELE NÃO É PARA VOCÊ"!
Coitada da estrela, será que todos tinham razão? Existem problemas demais, distância demais para que eles consigam ficar juntos? São tão diferentes assim? E enquanto essas dúvidas tomavam todo seu pensamento ela perdeu sua cor, a estrela parou de brilhar e começou a cair numa negritude sem fim. A estrela se debateu, ela não desistiria tão fácil assim. Voou o mais alto que pôde, reuniu todas as suas forças e se afastou daquele lugar. Não se sabe quanto tempo passou até a estrela conseguir ir para bem longe daquilo tudo, mas finalmente ela se viu livre de novo. Olhou em volta e não havia mais sinal da noite, nem das outras estrelas, nenhuma nuvem, nenhuma tempestade, ali só restava ela e o silêncio. Ela se reencontrou, sua luminosidade lhe devolveu a alegria e antes que pudesse perceber, uma quentura familiar tocou seu corpo e em um instante ela estava completamente aquecida. A estrela abriu bem os olhos e viu o seu amor, com seu calor, sua luz, sua força. De alguma forma estavam juntos novamente e longe de tudo aquilo que um dia os separou. A estrela sorriu e reparou, não são assim tão diferentes, afinal, os dois são estrelas...
quinta-feira, 2 de maio de 2013
reticências...
Um e mail cheio de reticências foi o que acabei de te mandar... Três pontinhos, um seguindo o outro no final de cada frase bem construída. A intenção era que você respirasse junto comigo enquanto lesse o email e talvez, quem sabe, sentir o que eu senti, enquanto escrevia para você... Mais três pontinhos por aqui também... Não me interessa a função que esses pontinhos tem sob o olhar da gramática, para mim ele tem um significado próprio, carrega mensagens e sentimentos, que só eu sei dizer e que espero, só você consiga decifrar... Pontinho, pontinho, pontinho é = LEMBRAR DE NÓS, SEGURAR A LÁGRIMA QUE QUER DESCER, ACALMAR MEU CORAÇÃO DA SAUDADE QUE SENTE DE VOCÊ...Pontinho, pontinho, pontinho...
É isso que restou de mim, três pontinhos que me resumem à você... Eu estou bem, juro, estou bem... Mas essas pausas que invadem meu pensamento ainda são mais fortes do que o filtro que instalei na minha mente. Essa pausas ainda conseguem me vencer... Mas está tudo bem, eu juro, eu estou bem, estou mesmo bem, estou...bem...bem...mentindo bastante para poder sobreviver. Respondo TUDO BEM para todos que perguntam e junto um sorriso bem largo para reafirmar que não estou mentindo, repito isso em frente ao espelho porque me enganar também faz parte do teatro...
Mas então eles aparecem, as pausas em meio o meu caminho, as pausas enquanto começo a levantar... Essas malditas pausas que insistem em me levar até você... Até nós... Até as lembranças de dias que não voltarão... Essas...pausas...que não...me...deixam...terminar de...escrever... Essas pausas que me... congelarão pelos...próximos trinta mi...nutos...para pensar...apenas em...você...você...eu...você...eu...nós...lembrança...lágrima...saudade...nós...eu..você...você...você....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
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É isso que restou de mim, três pontinhos que me resumem à você... Eu estou bem, juro, estou bem... Mas essas pausas que invadem meu pensamento ainda são mais fortes do que o filtro que instalei na minha mente. Essa pausas ainda conseguem me vencer... Mas está tudo bem, eu juro, eu estou bem, estou mesmo bem, estou...bem...bem...mentindo bastante para poder sobreviver. Respondo TUDO BEM para todos que perguntam e junto um sorriso bem largo para reafirmar que não estou mentindo, repito isso em frente ao espelho porque me enganar também faz parte do teatro...
Mas então eles aparecem, as pausas em meio o meu caminho, as pausas enquanto começo a levantar... Essas malditas pausas que insistem em me levar até você... Até nós... Até as lembranças de dias que não voltarão... Essas...pausas...que não...me...deixam...terminar de...escrever... Essas pausas que me... congelarão pelos...próximos trinta mi...nutos...para pensar...apenas em...você...você...eu...você...eu...nós...lembrança...lágrima...saudade...nós...eu..você...você...você....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
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quarta-feira, 1 de maio de 2013
Só por hoje
Só por hoje não quero pensar em nada, não quero o sim nem o não, só por hoje não quero saber nada que não seja o eu e você, juntos, aqui. Vou fechar meus olhos e registrar cada arrepio que suas mãos provocam em meu corpo enquanto percorrem cada curva saliente. Vou olhar no fundo dos seus olhos e me encontrar refletida em meio a cor de mel que eles tem. Vou usar meu indicador para desenhar corações em seus braços, vou escrever que te amo no seu peito e depois encostar a minha cabeça, só para ter certeza de que a mensagem chegou ao seu coração. Só por hoje.
Só por hoje não vou deixar que a lágrima caia e mude o mundo para preto e branco, ela será doce como seus beijos e transparentes como minha alma. Vou me calar e esperar que o fim chegue brando e não arrebente os laços de amor que criamos, nem que apague o sol que existe em mim. Você me pediu para ser forte, me pediu para ficar bem, me pediu para continuar sem você, mas esqueceu que só por hoje não quero saber nada que não seja o juntos, aqui.
Só por hoje vou abrir meus lábios para sentir o gosto do seu pela última vez, vou acariciar seu rosto e sorrir pelo canto da boca enquanto diz que me ama. Vou dizer mil vezes que te amo sem medo de que não queira mais ouvir, vou engolir o choro e fingir que tenho forças para correr só para te impressionar um pouco mais. Vou te abraçar de corpo inteiro e te prender junto a mim, mesmo que por apenas 3 minutos. Vou esquecer que o mundo não é perfeito e que muros altos tem o poder de me separar de você, vou apenas curtir esse momento, quieta, e não vou mais perguntar os porquês. Vou ensaboar suas costas em um quadrado perfeito e deixar a água lavar nossos corpos unidos como se fossem um. Vou me arrumar para você, vou pegar nas suas mãos, vou me exibir com você. Vou sentir você me envolver e respirar nos meus ouvidos e me concentrar no som dos nossos corações batendo juntos. Só por hoje não quero saber nada que não seja o aqui.
Só por hoje, depois de aproveitar cada segundo desse viver maravilhoso que é o eu e você, vou me despedir sem o gosto da culpa corroendo meu corpo, vou deixar a gosto da dor do lado de fora e vou carregar comigo apenas as lembranças de um filme bom, mas apenas as partes felizes, não preciso nem saber o fim, basta saber que tive você e que fizemos nosso mundo valer a pena, mesmo que brevemente. Vou embora e olhar para trás apenas para te sorrir mais uma vez, te lançar um beijo e torcer para que depois de algumas voltas, eu possa parar de novo diante de você. Só por hoje vou desejar, vou sonhar, vou me iludir, vou pedir, vou esperar. Só por hoje não quero saber nada que não seja...você.
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