sexta-feira, 12 de julho de 2013

Hora da reforma

 Eu quase acreditava a essa hora, há 30 dias, que tudo daria certo no fim. Eu tentei me iludir por algumas boas horas de esperança de que você realmente viria. Eu sorri, eu torci, eu sonhei, e nesse lugar em que estava os meus planos você era meu, eu era sua, e o resto do mundo não existia.
 Mesmo com toda boa vontade, a verdade dura e fria sempre prevalece. Você pode tentar pintá-la de rosa ou escondê-la numa caixinha pequena, mas ela ainda existirá, ela ainda te fará sentir.
 Hoje, quando observo, muitas marcas ficaram nas paredes. As portas de tão batidas e abertas, hoje estão empenadas. Os cantos estão descascados e existem lascas soltas por toda parte. Não, não é bonito por aqui, nada bonito. Tem muito pó, e a luz é quase inexistente. Em um dos quartos arranjou-se um buraco diferente, dele sai um som constante e irritante. São lamentos em forma de canção, nossa melodia ecoada por entre dentes tortos. É frio, mas eu ainda vivo por ali.
 Essa manhã algo diferente me ocorreu, não lembrei, não senti falta, foi quase como um estar em amnésia. Se não fosse uma voz externa comentar, eu nem lembraria que hoje, há 30 dias, foi o dia.
É quase certo que o processo já começou. Mesmo com recaídas agora a roda já está a girar. Quero que o vento leve logo o que não deve ficar, mas sei que tenho que ser um pouco mais paciente. Tudo bem, a vida já me deu muitas lições de que devo confiar no trabalho do tempo.
 Quer saber? Comprei uma pá e uma vassoura, e consegui abrir uma janela para correr ar puro e novo. Logo chegará um balde de tinta e massa corrida é o que não me falta. Eu vou consertar. Devagar e carinhosamente, vou rearrumar esse espaço. Ferramentas eu tenho, ajuda também.
 Obrigado tempo por ser complacente comigo.

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