segunda-feira, 22 de julho de 2013

O que nos restou

 Essa distância que existe entre nós é paralisante sabia? Ver desfalecer diante dos meus olhos tudo aquilo que um dia foi tudo para mim, é desolador. Como nos transformamos em estranhos tão rapidamente? Eu ainda te sinto sabia? Ainda te vejo em sonhos ou pensamentos, e até em fantasmas que aparecem por aqui.  Ainda tem marcas nas paredes e aromas no ar. Vestígios seus que teimam em não se apagar. Tudo bem, eu não me importo, eu nunca quis apagar você.
 Mas quando olho para o lado e vejo que não me sorri, ou quando vejo que chega mas se esconde, percebo que nem sempre as estradas seguem na mesma direção, e que mesmo com buracos, rotas de fuga, atalhos, placas e terra no chão, não, nem sempre vamos na mesma direção e nesse caminhos, as vezes se perdem os meios para alguma comunicação.
 Eu aproveitei. Eu sei bem que aproveitei cada instante que me permitiu ter você. Me doei também, só não sei se você me viu... De qualquer modo o que ficou agora é o cheiro de café, aquele da nossa infância que marca, mas não volta. Ou da bolo daquela tia que já morreu, e ninguém sabe fazer igual. Sim, um momento saudosista é o que resta em mim, no meio de uma tarde de terça ou numa quinta chuvosa.
 E se foi isso que ficou, ok, me conformo em ter a história que escrevi e guardei aqui. Eu sei o que vivi, eu sei o que aconteceu. O que fomos ninguém nunca vai poder tirar de nós, mesmo que só exista agora em linhas turvas do passado.

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